Londres, 26 mai (EFE).- Os graves abusos cometidos por forças do
Governo e grupos armados continuaram em 2009 no Iraque, onde
morreram milhares de civis, embora o grau de violência tenha sido
menor que em anos anteriores, segundo a Anistia Internacional (AI).
No relatório sobre o estado dos direitos humanos no mundo
apresentado hoje em Londres, a AI denuncia, além dos atentados
suicidas, a existência no Iraque de detenções sem acusações,
tortura, penas de morte e execuções, além de 1,5 milhão de
deslocados internos.
A Al Qaeda no Iraque e outros grupos armados sunitas foram
autores de muitos atentados contra civis, enquanto as milícias
xiitas também cometeram crimes, como sequestros, torturas e
assassinatos. Entre as vítimas, houve membros de minorias étnicas e
religiosas, jornalistas, mulheres e homossexuais.
O atentado mais sangrento aconteceu em 25 de outubro, quando 155
pessoas morreram e 700 ficaram feridas em Bagdá.
Entre as ações violentas contra grupos, foi destacado o
assassinato de 25 homens e jovens, previamente sequestrados e
torturados, depois que os líderes da cidade de Sadr, distrito xiita
de Bagdá, encorajaram seus seguidores a erradicar o homossexualismo.
No dia 1º de janeiro, a força multinacional dirigida pelos
Estados Unidos mantinha 15 mil pessoas detidas, um número que se
reduziu a 6.466 pelo acordo com o Governo de Bagdá para a retirada
de tropas.
Pelo menos 391 pessoas foram condenadas à morte em 2009, e o
número total de sentenciados à pena capital subiu para 1.100. Houve
120 execuções, algumas delas em segredo, após juízos injustos e
torturas para obter confissões, segundo a AI.
Na região autônoma do Curdistão, no norte, a situação foi em
geral muito melhor que no resto do Iraque, embora tenham sido
noticiadas detenções arbitrárias e torturas, assim como ameaças e
violência contra ativistas e jornalistas que se atreveram a
denunciar a corrupção do Governo regional ou de altas acusações. EFE