La Paz, 7 ago (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales,
confirmou hoje que os Estados Unidos vetaram a compra de aviões de
combate de fabricação tcheca que La Paz pretende destinar à luta
contra o tráfico de drogas.
Morales lembrou hoje durante um ato na cidade de Oruro pelo
aniversário das Forças Armadas bolivianas que seu Governo conta com
um orçamento para a compra de seis aviões tchecos do tipo L-159 Alca
(sigla em inglês para avião ligeiro de combate) que possuem
tecnologia americana.
"Esperamos seis, sete meses sem resultados, e os que tinham que
nos vender os aviões nos dizem agora que tinham que consultar os
EUA, e os EUA disseram não", revelou Morales.
O presidente boliviano acusou Washington de não apoiar a luta
antidrogas e assegurou que as ações contra o narcotráfico na Bolívia
seriam mais efetivas se o país contasse com essas aeronaves, cujo
custo seria de US$ 57,8 milhões.
Em março, o Governo boliviano revelou que debatia com o
Departamento de Estado dos EUA a autorização para adquirir seis
caças da República Tcheca.
Diante da negativa americana, Morales pediu hoje aos chefes das
Forças Armadas para que recorram a indústrias russas ou chinesas
para comprar aviões com características similares.
Caracterizadas pela tensão desde a chegada ao poder de Evo
Morales, as relações entre Bolívia e EUA se agravaram em setembro de
2008 com a expulsão mútua de embaixadores.
Morales também decidiu proibir as atividades da agência
antidrogas americana (DEA, em inglês) na Bolívia, que foi expulsa do
país acusada de conspirar com dirigentes opositores.
Apesar das aproximações com o Governo do presidente americano,
Barack Obama, Morales insistiu em qualificar os EUA de "império" e
de acusar o Comando Sul de ter possibilitado o golpe em Honduras.
EFE