La Paz, 29 dez (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, criará um "fundo de incentivo petrolífero" que estimule as empresas a explorar e produzir combustíveis líquidos para enfrentar o déficit nacional desses produtos, informou nesta quarta-feira uma fonte oficial.
O presidente da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas, disse em entrevista coletiva que o fundo "se destinará exclusivamente para fomentar a prospecção e o desenvolvimento de campos petrolíferos".
Villegas não deu mais detalhes da medida porque o decreto ainda é estudado pelo Conselho de Ministros.
O déficit de produção de combustíveis líquidos no mercado interno é uma das razões usadas por Morales para justificar o aumento no preço dos principais combustíveis de entre 57% e 82% que seu Governo aprovou no último fim de semana.
Nos últimos quatro anos, a produção dos combustíveis líquidos caiu na Bolívia de 48,5 mil a 42,6 mil barris diários porque o preço unitário congelado pelo Executivo era de US$ 27, enquanto no mercado internacional está atualmente em US$ 90.
No entanto, o presidente da YPFB destacou que as petrolíferas não recebiam nem os US$ 27, mas apenas US$ 10, pois o restante do valor cobriria diversos impostos.
"Na Bolívia estamos pagando US$ 10,29 por barril. Certamente é uma diferença significativa em comparação ao preço do mercado internacional", afirmou Villegas, quem acrescentou que esse número na maioria das vezes não cobre os custos unitários de operação das petrolíferas.
O ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Fernando Vincenti, anunciou há poucos dias que o Executivo também decretou o aumento de do preço do barril de US$ 27 para US$ 59, sem fornecer detalhes sobre quanto dessa soma cobrirá tributos e quanto efetivamente será passado às petrolíferas.
Villegas afirmou que esses detalhes serão comunicados pelos ministros de Hidrocarboneto e de Economia, que perfilam o decreto para a criação do fundo de incentivo para petrolíferas.
Para justificar a alta dos preços dos combustíveis, Morales ressaltou que o contrabando dos combustíveis produzidos e importados pela Bolívia a países vizinhos provoca um prejuízo econômico ao Estado de US$ 150 milhões ao ano. EFE