Washington, 6 jul (EFE).- A nova General Motors (GM) está pronta
para nascer na próxima quinta-feira, depois de um juiz aprovar na
noite de domingo a venda dos ativos rentáveis da companhia para
evitar "o desastroso resultado" da liquidação da principal montadora
dos Estados Unidos.
Termina às 12h de quinta-feira o prazo dado pelo juiz Robert
Gerber, do Tribunal de Quebras de Nova York, para que os grupos
envolvidos apresentem suas objeções à venda dos ativos, o que
significará que o Governo americano possuirá 60,8% da nova empresa.
Grupos de credores, aposentados e indivíduos lesionados em
acidentes de trânsito se opuseram à venda, ao considerar que seus
direitos desaparecerão com a criação da nova companhia, que terá o
nome de General Motors Company.
Além disso, asseguram que outros grupos, como os trabalhadores
representados pelo sindicato United Auto Workers (UAW), estão sendo
tratados de forma preferencial.
Entretanto, o presidente da GM, Fritz Henderson, disse hoje em
mensagem postada em seu blog que não espera que as objeções detenham
o processo de criação da General Motors Company.
"Esperamos que a venda seja fechada o mais rápido possível depois
do fim do processo de apelação no final desta semana e que a nova GM
seja operacional e totalmente competitiva", acrescentou.
O otimismo de Henderson é partilhado por muitos analistas,
especialmente depois do ocorrido com a Chrysler, que entrou em
concordata em junho depois de os juízes desprezarem todas as
objeções dos credores.
Em sua decisão, o juiz Gerber aceitou quase todos os pontos e
propostas dos advogados da GM e do Departamento do Tesouro, em favor
da venda.
O que o magistrado não aceitou em sua decisão foi o pedido da
montadora e do Governo americano para que a venda fosse fechada de
forma imediata.
Se a venda de ativos for completa na quinta-feira, as autoridades
americanas e canadenses entregarão à GMC cerca de US$ 50 bilhões
para a compra dos ativos da GM e assegurar a operação da companhia,
que estará formada pelas marcas Chevrolet, Cadillac, GMC e Buick.
Em troca de sua contribuição monetária, o Governo americano
possuirá os mencionados 60,8% da GMC. As autoridades canadenses, que
entrarão com pouco mais de US$ 9 bilhões, controlarão 11,7%.
O resto será repartido entre o UAW, com 17,5%, e os credores da
GM, que terão 10%. Estes dois grupos poderão aumentar posteriormente
sua participação até 20% e 25%, respectivamente.
O Governo americano disse na semana passada que está preparado
para abandonar sua participação na GMC em 2010 assim que a companhia
fizer uma oferta pública de ações. EFE