Washington, 22 abr (EFE).- O diretor-gerente do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse hoje que a
aplicação de impostos internacionais às entidades financeiras "pode
reduzir a probabilidade que outra crise mundial".
O FMI sugeriu taxar no mundo todo com dois novos impostos o setor
financeiro, o qual, segundo Strauss-Kahn, daria fundos aos Governos
para responder a crise futuras e "reduziria os riscos" por parte dos
bancos.
A proposta está em um estudo que os países-membros do Grupo dos
Vinte (G20, os principais países ricos e os emergentes) encomendaram
ao Fundo Monetário Internacional (FMI) na reunião de Pittsburgh
(EUA), em setembro e que será debatido na reunião ministerial do
Grupo na próxima sexta-feira em Washington.
O estudo propõe criar a chamada "Contribuição à Estabilidade
Financeira", um imposto que inicialmente seria pago por todas as
entidades financeiras e que posteriormente variaria conforme o nível
de risco assumido por cada uma.
O segundo imposto seria a "Taxa sobre Atividades Financeiras",
que incidiria sobre os salários e bonificações pagas pelas entidades
financeiras, assim como seus lucros.
Strauss-Kahn falou em entrevista coletiva antes da reunião
ministerial do G20 e a assembleia do FMI e o Banco Mundial, que será
realizada no fim de semana.
Nela constatou que a recuperação econômica "está chegando mais
rapidamente e antes do que o previsto", mas ainda é "frágil".
Nos países desenvolvidos, o desemprego é alto, a demanda frágil e
o setor financeiro não voltou ao normal, explicou o chefe do FMI.
Por esses motivos, John Lipsky, o "número dois" do FMI, disse na
entrevista coletiva que o FMI acredita que seria "prematura" a
retirada das políticas de estímulo. EFE