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Obama cogita gastar mais US$ 100 bi para estimular economia

Publicado 08.12.2009, 20:18
Atualizado 08.12.2009, 20:42

César Muñoz Acebes.

Washington, 8 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje novas medidas para estimular a economia do país, que, segundo disse à Agência Efe uma fonte da Casa Branca, envolverão investimentos de aproximadamente US$ 100 bilhões.

O Governo aproveitará que o programa de socorro ao sistema financeiro custará US$ 200 bilhões a menos que o previsto para investir em infraestruturas e ajudar as pequenas empresas. O objetivo por trás da iniciativa, destacou Obama, é "acelerar a geração de empregos".

O chefe de Estado não especificou as cifras do novo programa, mas Diana Farrell, assistente adjunta do presidente para a Política Econômica, revelou, em entrevista à Efe, que a soma envolvida é de cerca de US$ 100 bilhões.

A quantia a ser investida ainda terá de ser aprovada pelo Congresso. Lá, os republicanos já espernearam e disseram que qualquer dinheiro economizado no programa de resgate financeiro vai ter que usado para reduzir o déficit público.

"A ideia de pegar este dinheiro e gastá-lo é repulsiva", disse o líder dos republicanos na Câmara de Representantes, o deputado John Boehner.

O rombo no Orçamento do Governo chegou a US$ 1,4 trilhão no ano fiscal de 2009, quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Coincidência ou não, hoje a agência de classificação de risco Moody's disse que, em breve, os Estados Unidos terão que sanear suas finanças se não quiserem que a avaliação máxima dos bônus do Tesouro seja ameaçada.

Obama, por outro lado, afirmou em um discurso na Brookings Institution que aqueles que dizem que o país deve escolher entre reduzir o déficit ou investir na geração de emprego apresentam "uma escolha falsa".

O presidente argumentou que mais crescimento econômico gerará maiores receitas e reduzirá os gastos do Governo com o pagamento de seguros-desemprego.

O governante também lembrou dos obscuros dias do fim de 2008, quando a economia americana parecia ir a pique e, às pressas, o Congresso aprovou o programa de resgate financeiro, de US$ 700 bilhões.

Na época, temia-se que a ajuda ao setor financeiro geraria uma sangria desatada nos cofres públicos, o que acabou não acontecendo.

Ao contrário, a compra de ações dos bancos gerou ótimos rendimentos ao contribuinte, graças à estabilização dos mercados financeiros.

Paralelamente, várias empresas grandes devolveram com juros o dinheiro que pegaram emprestado do Governo. Consequentemente, o custo do programa caiu para US$ 141 bilhões, segundo cálculos do Tesouro.

Desde agosto, a conta do programa ficou US$ 200 bilhões mais barata e, agora, a Casa Branca quer usar essa "sobra fiscal" em iniciativas que ajudem a gerar emprego, em vez de usar tudo para reduzir o déficit.

"Apesar de termos reduzido a enxurrada de perdas de empregos a um gotejamento relativo, ainda não estamos criando trabalho a um ritmo que ajude todas as famílias arrastadas pela correnteza", disse Obama.

O desemprego no país atualmente é de 10%, graças à inesperada queda de 0,2 ponto registrada em novembro.

Farrell disse que as medidas anunciadas hoje "ajudarão a gerar emprego a curto prazo e a estabelecer uma economia mais estável por muitos anos". Também destacou que os investimentos em infraestrutura "são bons para o país" e respondem a necessidades deixadas de lado no passado.

Para esse fim, o Governo cogita aumentar em US$ 50 bilhões os investimentos em transportes e na saúde.

Obama propôs ainda reduções de impostos para as pequenas empresas, um incentivo fiscal para estimular novas contratações e a prorrogação do seguro-desemprego.

Outra intenção do presidente é dar isenções fiscais aos proprietários de imóveis que comprarem aparelhos eletrônicos que consomem menos energia.

Os novos projetos se somarão ao programa de estímulo de US$ 787 bilhões aprovado no começo do ano.

Quando o dinheiro acabar, o foco passará a ser a redução do déficit e uma dívida que os analistas consideram insustentável. EFE

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