Washington, 29 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta quarta-feira o aumento dos impostos aos milionários e às companhias petrolíferas para reduzir o déficit do país, uma tarefa que qualificou como "urgente".
"Uma das coisas mais importantes e urgentes que podemos fazer pela economia e em que os dois partidos estão trabalhando atualmente é reduzir o déficit", afirmou o presidente em entrevista coletiva na Casa Branca.
Segundo Obama, dada a difícil situação fiscal do país, é necessário pôr fim às vantagens fiscais das quais desfrutam "os milionários, as companhias petrolíferas, os gerentes de fundos de alto risco e os proprietários de aviões corporativos".
Ele assegurou que o prolongar esses privilégios obrigaria o Governo a cortar programas essenciais como as ajudas a escolas e o financiamento para pesquisas médicas.
"Essas são as eleições que temos que fazer", afirmou o presidente no meio de uma parada nas negociações entre democratas e republicanos para reduzir o déficit e conseguir aumentar o limite de endividamento federal fixado em US$ 14,29 trilhões antes de 2 de agosto.
Obama, que deve se reunir nesta quarta-feira na Casa Branca com o líder da maioria democrata no Senado Harry Reid e outros senadores de seu partido, pediu aos republicanos que considerem fazer sacrifícios pelo bem do país.
No entanto, os republicanos sustentam que não aceitarão nenhum pacto de redução de déficit que passe pelo aumento de impostos.
O acordo nessa frente está vinculado ao aumento no limite de endividamento federal.
Obama alertou nesta quarta-feira que se não se chegar a um acordo e o país se declarar em moratória pela primeira vez em sua história as consequências seriam "significativas e imprevisíveis".
"Para 2 de agosto teremos ficado sem ferramentas para assegurar que o Governo pague suas faturas", afirmou o presidente.
"Se os EUA pela primeira vez não puderem pagar suas faturas e se declararem em moratória, as consequências seriam significativas e imprevisíveis e isso não é bom", ressaltou Obama, que alertou que o mais provável em um cenário desse tipo é que haja um aumento das taxas de juros para empresas e consumidores.
"O dia 2 de agosto é uma data muito importante e não há motivo para não atuarmos agora", concluiu.
A entrevista coletiva de Obama coincidiu com a publicação de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que alerta para as "graves" consequências dentro e fora dos EUA se o país não aumentar "o mais rápido possível" o limite da dívida federal.
Apesar da situação fiscal do país ter dominado a entrevista coletiva do presidente, Obama falou também sobre outros temas, entre eles a ação militar na Líbia.
"Enquanto (o líder líbio Muammar ) Kadafi continuar ali e controlar um grande número de soldados, o povo líbio correrá perigo", assegurou Obama, que ressaltou que "não restam dúvidas de que Kadafi tem que abandonar o poder".
O presidente evitou apoiar explicitamente o casamento homossexual após a recente aprovação das uniões entre casais do mesmo sexo pelo estado de Nova York, mas afirmou que "durante seus dois anos e meio de Governo fez mais pelos direitos dos homossexuais que nas 43 Administrações anteriores".
Para finalizar, Obama declarou que o polêmico programa federal "E-Verify", que permite que as empresas verifiquem o status migratório dos empregados, pode ser parte de um plano "equilibrado" para regular o sistema migratório do país que inclua a legalização de estudantes imigrantes ilegais. EFE