Washington, 27 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, afirmou hoje que seu país deve pôr fim ao "déficit
explosivo" para não sobrecarregar as gerações futuras "com uma
montanha de dívida" e pediu a colaboração dos dois grandes partidos
americanos.
"Temos uma obrigação com as gerações futuras de enfrentar o
déficit estrutural a longo prazo, que ameaça prejudicar nossa
economia e deixar nossos filhos e netos com uma montanha de dívida",
disse Obama no Jardim da Casa Branca.
O líder fez as declarações por ocasião da primeira reunião de uma
comissão federal que estudará as opções para sanar as contas
públicas e apresentará suas recomendações em dezembro.
A comissão é formada por 18 membros escolhidos pelos líderes de
ambos os partidos no Congresso, além do próprio Obama. Ela é
presidida por Erskine Bowles, um ex-funcionário do Governo de Bill
Clinton (1993-2001), e Alan Simpson, que foi um influente senador
republicano.
Obama disse hoje que a comissão não terá nenhuma restrição quanto
às medidas que podem analisar para reduzir os números vermelhos do
Governo. "Tudo está sobre a mesa", assinalou o presidente. Com isso,
ele permitiu que esse órgão estude possíveis aumentos de impostos, a
medida mais polêmica.
Ao lembrar que o déficit americano atual é de US$ 1,3 trilhão,
Obama advertiu que, caso não se faça nada, ele pode aumentar outros
US$ 8 trilhões na próxima década.
Uma proposta do presidente seria congelar os gastos públicos
americanos durante três anos, com exceção de verbas militares,
pensões e programas de saúde.
No entanto, para Obama, suas medidas para conter o déficit "não
poderão sozinhas compensar os anos nos quais os líderes em
Washington se negaram a tomar as decisões difíceis e viver com base
nas receitas". EFE