Nações Unidas, 21 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, abordou a crise da dívida na Europa com o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, em reuniões realizadas nesta quarta-feira durante a Assembleia Geral da ONU.
O principal tema dos debates foi o processo de paz no Oriente Médio, mas o líder americano se mostrou bastante preocupado com os rumos da economia no Velho Continente e seu impacto no resto do mundo e nos EUA, que há dois anos lutam contra uma recessão.
No começo do encontro, Barack Obama, que na semana passada pediu que os países europeus aliassem integração monetária e política fiscal, destacou a colaboração entre os EUA e a França para encontrar uma estratégia coordenada mundialmente para contornar a crise.
Sarkozy afirmou que ainda há muito a se fazer para conseguir a recuperação econômica global, especialmente nas rodadas de discussão da cúpula do G-20 (grupo de países industrializados e emergentes), que será realizada em novembro, em Cannes, na França. Para o presidente francês, essa é a prioridade de sua nação e de seus aliados. O assunto dominará também a reunião de ministros das Finanças em Washington, ainda nessa semana, durante encontro anual entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM).
Antes disso, em conversas com o David Cameron, Obama afirmou que os EUA e o Reino Unido estão trabalhando juntos na gestão de um momento difícil para a economia. O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, participou das reuniões.
Um alto funcionário do Departamento de Tesouro, que pediu para não ser identificado, disse à imprensa que a Europa sabe perfeitamente o desafio que tem diante de si:
"Os estados com planos fiscais sólidos devem ter um financiamento acessível, e precisam garantir que os bancos centrais tenham liquidez suficiente".
Antes do diálogo com os líderes europeus, Obama falou também com o novo primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda.
No encontro, ambos mandatários declararam sua disposição em colaborar para a reconstrução do país asiático após o desastre nuclear de Fukushima. Noda expressou sua preocupação com a possibilidade do Japão voltar ao quadro de recessão de 2008.
O FMI, por sua vez, sugeriu que as autoridades políticas das economias mais avançadas tomem medidas para sanar a crise de confiança que se instalou nos mercados.
"Uma série de choques sacudiu recentemente o sistema financeiro: turbulências no mercado europeu, rebaixamento das notas dos EUA e sinais de desaceleração econômica", resumiu um diretor do fundo.
Como parte dos esforços para aquecer o mercado, o Banco Central americano anunciou nessa quarta-feira a troca de títulos do Tesouro de curto prazo por outros de longo prazo, num valor de US$ 400 bilhões, medida que pode manter as taxas de juros mais baixas por um longo período. EFE