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Washington, 12 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, pediu hoje ao Congresso para aprovar a reforma dos
mercados financeiros para manter o que qualificou como a força da
economia e das instituições do país.
"Peço ao Congresso para atuar o mais rapidamente possível e
aprovar uma reforma que restabeleça mercados livres e justos que
eliminem a irresponsabilidade, e a avareza e se recompensem a
responsabilidade e o trabalho", disse.
Obama fez esse apelo no habitual discurso dos sábados por rádio e
televisão a todo o país.
O presidente americano iniciou seu Governo em janeiro deste ano
no meio de uma crise econômica criada pelo colapso do setor
imobiliário que levou o país à recessão.
"As medidas de reforma do sistema financeiro têm como objetivo
impedir os abusos que nos deixaram expostos ao tipo de colapso que
experimentamos", afirmou Obama.
O líder acrescentou que procuram criar novas transparência e
responsabilidade nos mercados "de modo que se conheça plenamente as
atividades arriscadas e as regulem adequadamente".
Também assegurou que as medidas de resgate tomadas por seu
Governo começaram a dar resultados, a economia americana "está
crescendo novamente" e o desemprego, que chegou a 10,2% este ano,
começou a se reduzir.
"São bons sinais para o futuro, mas muito pouco consolo para
todos que ainda continuam sem trabalho", disse ao reiterar seu
"compromisso solene" de impulsionar ainda mais a recuperação.
Obama se referiu às medidas financeiras concebidas para aumentar
o emprego e ajudar às médias e pequenas empresas incluídas no marco
geral de sua reforma.
"Daremos um impulso agregado às pequenas empresas de todo o país
através de isenções tributárias e ao maior acesso financeiro que
precisam com urgência para crescer", indicou.
"Também reconstruiremos nossa infraestrutura vital e promoveremos
a manufatura avançada e a energia limpa", prometeu.
Mais uma vez o presidente atribuiu a maior responsabilidade da
crise às instituições financeiras de Wall Street que, segundo disse,
apostaram em empréstimos de risco e nos complexos produtos
financeiros procurando lucro a curto prazo com grandes bônus e sem
consideração pelas consequências a longo prazo.
"Foi um desastre que poderia ter sido evitado se tivéssemos tido
normas claras para Wall Street e as tivéssemos aplicado", disse.
Em discurso simultâneo dos republicanos, a deputada Marsha
Blackburn criticou as medidas de estímulo do presidente Obama e
disse que levarão a um maior endividamento do país.
Acrescentou que até agora não conseguiram gerar fontes de
trabalho e que o Governo não pôde manter o desemprego abaixo dos 8%
como foi prometido.
"É hora de Washington aprender as difíceis lições que as famílias
já aprenderam: que endividar-se mais só restringe a liberdade e que
gastar mais do dinheiro que se tem não é um bom plano para conseguir
a prosperidade", afirmou Marsha. EFE