Obama se compromete a cortar déficit fiscal pela metade até 2013

Publicado 27.06.2010, 21:42

Macarena Vidal.

Toronto (Canadá), 27 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assegurou neste domingo que cumprirá o compromisso adotado na Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, principais países ricos e emergentes), encerrada em Toronto, que os países ricos reduzam pela metade seus déficits até 2013.

Obama falou assim em sua entrevista coletiva de encerramento de uma Cúpula que se caracterizou pelas diferenças entre seus membros sobre colocar em destaque a redução dos déficits fiscais ou - como defendia inicialmente os EUA - continuar as medidas de estímulo e o gasto público para evitar uma recaída na crise.

Em sua declaração, o presidente americano fez um apelo à unidade e assegurou que durante este fim de semana em Toronto as principais economias do planeta demonstraram que podem coordenar posições e continuar se centrando em um crescimento durável que dê emprego ao povo e cria prosperidade para o mundo.

"Cada economia é única, e cada país estabelecerá seu caminho, mas todos nos movimentamos na mesma direção", insistiu o presidente americano, dizendo que a recuperação econômica é "ainda frágil" e as principais economias devem fazer mais "para torná-la duradoura".

Embora tenha insistido em que os países que possam se permitir devem manter seus estímulos econômicos, destacou que outros, como a Grécia, afligida por uma grave crise orçamentária, devem "agir imediatamente" para evitar problemas de dívida soberana.

O presidente americano expressou seu respaldo ao corte pela metade do déficit fiscal, que nos EUA alcança US$ 1,4 trilhão, até 2013.

Segundo Obama, isso se conseguirá através de medidas como o congelamento do gasto público não obrigatório durante três anos, que já ordenou no início deste ano e que, ressaltou, precisa se manter firme, ou mediante a eliminação de programas que não funcionam, incluindo os de Defesa.

Obama assegurou que está disposto a "calar a boca" dos críticos que asseguram que ele não vai conseguir fazer isso, quando apresentar no ano que vem seu novo orçamento. "Veremos como respondem às duras medidas que vou propor, que agora pedem contenção do gasto público".

Em sua entrevista coletiva, o presidente americano também disse que o crescimento global, a grande meta da cúpula, deve contar com "um campo que seja o mesmo para todos", em alusão à cotação do iuane, que os EUA consideram que se mantém artificialmente baixa para beneficiar as exportações chinesas.

Neste sentido, afirmou que a China precisa ser "séria" em sua promessa de flexibilizar a cotação do iuane, pois manter sua moeda avaliada abaixo do mercado "lhe concedeu uma vantagem comercial significativa".

"Mantê-la subvalorizada não é algo aceitável ou consistente com um crescimento econômico global equilibrado", declarou Obama, assegurando que "nos próximos meses, os EUA vigiarão muito de perto o comportamento do iuane para ver se a oscilação adotada é suficiente".

O presidente também comentou a condenação do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais ricos e a Rússia) que se reuniu também este fim de semana no Canadá, à Coreia do Norte após o afundamento com um torpedo da corveta sul-coreana "Cheonan".

Obama assegurou que o comportamento de Pyongyang foi "beligerante" e "inaceitável" para a comunidade internacional.

O presidente americano também encontrou tempo em sua entrevista coletiva para fazer referência à guerra no Afeganistão, assunto que abordou este fim de semana, entre outros, em sua reunião com o novo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.

O G8 expressou no sábado em comunicado seu apoio a uma estratégia de saída do Afeganistão em cinco anos e Obama reiterou seu compromisso com sua política de começar a retirada em julho do ano que vem, embora sem uma data concreta para terminá-la.

"Os EUA mantêm um interesse nacional vital em que o Afeganistão não seja usado como uma base para lançar atentados terroristas", insistiu Obama.

"Em qualquer caso, os EUA não vão apagar as luzes e ir embora assim do Afeganistão", assegurou.

O presidente americano retornou esta mesma noite a Washington após uma última reunião bilateral com o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan. EFE

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