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Opep revisa demanda mundial de petróleo levemente em alta

Publicado 11.11.2009, 17:23
Atualizado 11.11.2009, 17:35

Wanda Rudich.

Viena, 11 nov (EFE).- A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou hoje que a demanda mundial de petróleo deve cair 1,63% neste ano em relação a 2008 e crescerá 0,89% em 2010, em números levemente mais positivos do que os publicados há um mês.

"A maioria dos sinais apontam para um maior crescimento da demanda mundial de petróleo em 2010; no entanto, os fatores de riscos sublinham a necessidade de cautela", diz a Opep em seu relatório mensal.

Um desses fatores de risco é o próprio preço do petróleo, já que, caso suba, ameaçam prejudicar a incipiente recuperação da demanda esperada para 2010.

O documento publicado hoje calcula o consumo global de petróleo neste ano em 84,31 milhões de barris diários (mbd), 80 mil barris diários a mais do que o previsto no relatório anterior.

Com isso, a demanda se retrai em 1,39 mbd em relação ao ano passado.

"Apesar de sinais indicativos de uma demanda petrolífera mais forte, parece que o fraco consumo nos Estados Unidos junto a uma desvalorização do dólar anulará um desenvolvimento positivo (do consumo de petróleo) no quarto trimestre (de 2009)", adverte a Opep.

Partindo deste baixo nível, os especialistas da organização esperam uma recuperação do consumo em 2010, com um moderado aumento anual de 0,75 mbd, até uma média de 85,07 mbd, volume superior ao calculado há um mês, mas que continua muito abaixo do consumido antes da crise atual.

Segundo a Opep, o mundo deve exigir dos 12 países-membros da entidade 28,7 mbd de petróleo em 2009 e 28,5 mbd em 2010, níveis inferiores ao fornecimento de outubro, de 28,99 mbd.

"Uma recuperação da economia potencialmente fraca junto a preços mais altos do petróleo são os dois principais fatores que podem frear a demanda no ano que vem", reconhece a Opep, cujos integrantes controlam quase 40% da produção petrolífera mundial.

Além disso, o relatório da Opep, o último antes da cúpula da ONU sobre a mudança climática, aponta medidas de economia energética e de desenvolvimento procedentes de fontes alternativas que possam influir no consumo.

A organização adverte que o Reino Unido "está embarcando em quatro novos cenários para reduzir emissões e aumentar a dependência de biocombustíveis".

"Caso adotados, esses cenários no longo prazo não só aumentarão em 25% a conta dos consumidores de energia, mas também os preços dos alimentos", destaca a Opep, após ressaltar o alto custo dos subsídios aos investimentos nessas fontes alternativas.

Ao mesmo tempo, o organismo calcula que a demanda nos países desenvolvidos retrocederia em 1% caso os preços do barril de petróleo subam e se mantenham acima do nível atual.

A desvalorização do dólar e a recuperação dos mercados financeiros impulsionaram uma alta no valor do petróleo em outubro, quando o barril da Opep foi vendido a uma média de US$ 72,67, 8% a mais do que em setembro.

A tendência de alta se manteve e esse barril, calculado com base em 12 tipos de petróleo, foi cotado ontem a US$ 76,50, diz o relatório.

"A recente volatilidade dos mercados sugere que os preços do petróleo poderão permanecer na faixa alta dos US$ 70 no futuro próximo", apontam os especialistas, lembrando que as oscilações no valor do produto continuarão dependendo das mudanças do dólar e dos dados sobre a economia mundial.

A Opep deve se reunir no dia 22 de dezembro em Luanda para revisar a situação do mercado e eventualmente reajustar o nível de sua oferta. EFE

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