Londres, 26 jun (EFE).- A empresa AEG Live, que convenceu Michael
Jackson a oferecer 50 shows no auditório O2 de Londres, pode sofrer
perdas de até 348 milhões de euros com a morte do cantor, informou
hoje o jornal britânico "The Times".
O diretor dessa companhia americana, Randy Phillips, foi quem
persuadiu Michael a realizar essa série de shows de despedida no
auditório de Londres a partir do próximo mês, agora frustrada por
sua repentina morte.
Logo depois do anúncio dos shows, um milhão de pessoas tentaram
comprar entradas para as dez apresentações programadas inicialmente,
que em breve se transformariam em 50.
Os ingressos foram rapidamente para o mercado negro, onde eram
vendidos por mais de 1000 euros.
No entanto, segundo o "Times", o próprio cantor sabia que não
estava em condições de realizar uma série de 50 shows, mas acabou
cedendo à pressão de pessoas as quais devia dinheiro.
"Não sei como vou fazer 50 apresentações. Estou muito nervoso",
disse Michael em uma ocasião.
Em meio ao ceticismo sobre a possibilidade de que Michael
estivesse em condições de cumprir essa maratona de shows, a AEG Live
disse estar disposta a "garantir" ela mesma os espetáculos.
A revista "Reinsurance" informou que havia pouca demanda no
mercado de seguros de Londres para cobrir todas as datas dos shows
programados, e calculou que a AEG Live seria responsável por arcar
com aproximadamente 348 milhões de euros.
Segundo o "Times", acredita-se que os dez primeiros shows
entraram no mercado de seguros de Londres por um valor de 80 milhões
de libras (93 milhões de euros).
O principal responsável da AEG Live comunicou às seguradoras que
os médicos tinham examinado Michael por cinco horas e estavam
convencidos de seu bom estado de saúde, especialmente por sua
condição de vegetariano.
Nesta mesma semana, a AEG Live anunciou que colocaria à venda
mais entradas para os shows, que estavam previstos para começar em
13 de julho.
Ainda hoje, o site da empresa (www.aeglive.com) continuava
anunciando as apresentações.
A AEG Live, subsidiária do Anschutz Entertainment Group, será
agora obrigada a devolver o dinheiro de um milhão de pessoas que
compraram entradas, além de encarar um auditório vazio durante
meses. EFE