Moscou, 8 ago (EFE).- França, Itália e outros países europeus
aumentaram hoje sua ajuda à Rússia para controlar os incêndios
florestais que devastaram o centro do país e mantêm Moscou sitiada.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, e o italiano,
Silvio Berlusconi, entraram em contato com o chefe do Governo russo,
Vladimir Putin, para anunciar o envio adicional de aviões e equipes
de combate a incêndios, informou o serviço de imprensa do Executivo.
Roma ofereceu vários aviões, além dos dois destinados à Rússia
anteriormente, enquanto Paris disponibilizou uma aeronave, 37
caminhões de bombeiros, 15 bombas de água de alta pressão e uma
unidade de 120 socorristas.
Além disso, a Polônia anunciou que um grupo de 155 bombeiros
viajou à Rússia para colaborar nos trabalhos de extinção dos
incêndios florestais, que já mataram 52 pessoas.
Durante a semana, Alemanha e Bulgária também ofereceram ajuda e
enviaram à Rússia aviões, helicópteros, equipes e bombeiros, assim
como Ucrânia, Azerbaijão, Armênia, Cazaquistão, Belarus e outros
países.
O Ministério de Emergências da Rússia informou hoje que o número
de incêndios florestais na parte europeia do país diminuiu de sábado
para domingo de 577 para 554 focos, e que também foi reduzida a
superfície afetada, para pouco mais de 190 mil hectares.
"A situação com os incêndios no país é complicada, mas seguimos
uma tendência positiva", disse à agência oficial "RIA Novosti" a
porta-voz do ministério, Tatiana Andrianova.
A funcionária disse que nas últimas 24 horas 269 novos focos de
incêndio surgiram no país e que 276 foram apagados.
Segundo o boletim oficial, desde o começo da onda de calor e dos
incêndios no país foram registrados 25.600 focos em uma área total
de mais de 744 mil hectares.
Segundo o Ministério de Emergências, encarregado de combater os
incêndios com ajuda do Exército, 161.800 pessoas participam nos
trabalhos de extinção do fogo em todo o país, além de sete mil
soldados e milhares de voluntários.
Do total dos incêndios, 22 foram registrados na região de Moscou,
que hoje segue coberta por uma espessa camada de fumaça e ainda é
afetada pela onda de calor, com uma temperatura de mais de 34 graus.
O centro de crise da região afirmou que, pela primeira vez em
duas semanas, foi possível "estabilizar a situação" graças à
mobilização adicional de mil de bombeiros, que conseguiram bombear
água durante 24 horas para alguns focos de incêndio.
A concentração de substâncias tóxicas no ar da capital russa
superava hoje as normas sanitárias em 3,4 vezes, enquanto no sábado
chegava a quase sete, e a visibilidade nas ruas era de 300 a 400
metros, o que dificulta o trânsito.
Os aeroportos da capital russa também continuam com problemas.
Voos foram desviados e a saída de muitos, atrasada, deixando mais de
duas mil pessoas presas nos terminais.
Vários países europeus iniciaram este fim de semana a retirada
parcial dos funcionários de suas embaixadas e de seus familiares e
recomendaram seus cidadãos a não viajarem a Moscou e às zonas
afetadas pelos incêndios.
O Ministério da Saúde russo recomenda os moradores da capital a
não sair às rua nem abrir as janelas, utilizar mascaras - que já
estão em falta nas farmácias -, não fazer esforços físicos, beber
muito água e evitar o álcool e o tabaco.
Fontes médicas afirmam que o duplo impacto da fumaça e do calor
aumentou em quase um terço os casos mortais entre pessoas com
doenças cardiovasculares e problemas de hipertensão.
Segundo as previsões, a onda de calor continuará em Moscou e na
parte europeia da Rússia até o meio da semana que vem, quando
espera-se uma mudança dos ventos e uma queda nas temperaturas. EFE