Cidade do Vaticano, 11 nov (EFE).- Bento XVI reiterou hoje as
raízes cristãs da Europa e diante de 8 mil fiéis reunidos no
Vaticano pediu que "todos se esforcem" pelo futuro do velho
continente "apreciem e defendam o rico patrimônio cultural e
religioso".
O papa Ratzinger fez a manifestação durante a audiência pública
da quarta-feira, realizada na Sala Paulo XVI do Vaticano e cuja
catequese dedicou à Ordem de Cluny.
Após lembrar o trabalho realizado pela ordem na Europa na Idade
Média, que chegou a ter 1,2 mil mosteiros, o Bispo de Roma disse que
Cluny "inspirou e favoreceu iniciativas e instituições à promoção
dos valores humanos e educou um espírito de paz".
"Pedimos que todos se esforcem para conseguir um autêntico
humanismo e pelo futuro da Europa. Seria bom que todos redescubram,
apreciem e defendam o rico patrimônio cultural e religioso destes
séculos", acrescentou o papa.
Sobre a trajetória de Cluny, o papa lembrou que ele restaurou a
observância da Regra Beneditina, colocou a celebração litúrgica no
centro da vida cristã, elogiou a música sacra, a arquitetura e a
arte e enriqueceu o calendário litúrgico acrescentando a Comemoração
dos Fiéis Defuntos.
Destacou ainda a criação dos "espaços de paz" em uma época de
muita violência (século 12) e ressaltou, especialmente, que o
combate de dois "grandes males" da Igreja daquele tempo: a simonia
(compra de cargos pastorais) e a imoralidade do clero.
Assistiram à audiência, entre outros, fiéis espanhóis,
salvadorenhos, argentinos e de outros países latino-americanos, aos
que o papa estimulou apreciarem e cultivarem os bens do espírito e o
verdadeiro humanismo dos monges de Cluny.
Concluída a audiência, Bento XVI mandou uma chamada às
autoridades do Sri Lanka para que "acelerem" o retorno dos
refugiados da guerra para suas casas e pediu à população que
trabalhe para uma rápida pacificação do país e a comunidade
internacional que preste a ajuda necessária. EFE