Paris, 29 jun (EFE).- O governador do Banco da França, Christian
Noyer, afirmou nesta terça-feira que serão necessários "de cinco a
dez anos" de rigor orçamentário para o país poder sair totalmente da
crise atual.
Caso a França tente se recuperar de forma mais rápida "podemos
ter um efeito negativo sobre o crescimento", segundo Noyer, que
ressaltou que é preciso fazê-lo "progressivamente", e que isso
levará "pelo menos cinco ou seis anos", podendo chegar a dez.
Em declarações à emissora televisiva "Europe 1", o governador do
Banco da França alertou que o principal obstáculo para o crescimento
é o "medo" da população, que teme que a situação piore e seja
necessário subir os impostos.
"Se queremos que o crescimento volte e que as empresas tenham
confiança no futuro e invistam, é preciso garantir que os impostos
não vão subir", insistiu.
Noyer também se pronunciou sobre os cortes anunciados nesta
segunda-feira pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, em todo o
setor público do país, que afetarão as viagens dos ministros ou
funcionários públicos, os atendimentos a clientes oficiais ou as
despesas correntes de todas as administrações.
Para ele, esses cortes não representam "um montante considerável"
de economia, mas são "símbolo" da próxima entrada em uma etapa de
"gestão rigorosa". EFE