Berlim, 19 mar (EFE).- O Parlamento alemão aprovou hoje o
orçamento geral do país para 2010 com o maior endividamento da
história da Alemanha, uma circunstância que a chanceler alemã,
Angela Merkel, atribuiu exclusivamente à crise.
Merkel, na quarta-feira, e o ministro de Finanças alemão,
Wolfgang Schäuble, nos debates finais de hoje, anunciaram um
"ambicioso" plano econômico para os próximos anos.
A chanceler justificou os 80,2 bilhões de euros de endividamento
com a necessidade de impulsionar o crescimento como medida
anticrise.
O endividamento corresponde a um quarto do orçamento total e
constitui o dobro do recorde registrado durante o Governo de Helmut
Kohl em 1996.
Schäuble lembrou hoje que, a partir do ano que vem, a Alemanha
vai ter que aplicar um rigoroso plano econômico com o objetivo de
cumprir com as novas regras da Constituição, aprovadas em plena
crise, que preveem um teto legal para o déficit de 0,35% do Produto
Interno Bruto (PIB).
Ontem, Merkel disse que isto significa que será necessário
economizar dez bilhões de euros por ano.
Schäuble acrescentou hoje que o programa de economia ainda será
"relativamente" moderado em 2011, mas que aumentará
consideravelmente em 2012 e 2013.
O orçamento geral alemão contempla uma despesa total de 319,5
bilhões de euros. Os investimentos somarão 28,29 bilhões de euros.
O Estado prevê arrecadar 211,9 bilhões de euros em impostos, além
de receber outros 27,4 bilhões de euros de outras fontes, como
privatizações.
O endividamento pode disparar até os 100 bilhões de euros caso o
Estado tenha que responder pelas garantias a bancos e indústrias em
crise.
A oposição alemã acusara a coalizão de Governo de esconder a
verdade sobre as despesas para não perder apoio nas eleições
regionais no estado federado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais
populoso do país. FÉ