Teerã, 1 jun (EFE).- O Parlamento iraniano considerou nesta quarta-feira ilegal a decisão do presidente do Governo, Mahmoud Ahmadinejad, de auto designar-se ministro interino de Petróleo, e votou a favor de remeter o assunto ao Poder Judiciário.
Segundo a agência de notícias local "Mehr", a decisão, que agrava ainda a queda-de-braço que travam o Executivo e o Legislativo, e redobra a pressão sobre o líder, foi adotada nesta manhã pela comissão de Energia da Câmara.
"Esta ação, ilegal e apressada, prejudicará os interesses da República Islâmica em nível internacional. Que o presidente dê ordens e vá dar ordens é um exemplo óbvio de uma ilegal ingerência nos recursos financeiros", argumenta a comissão em seu escrito.
Ahmadinejad assumiu a estratégica pasta de Petróleo em abril após destituir o então responsável, Massoud Mirkazemi, dentro de um suposto plano para fundir vários ministérios e reduzir de 21 para 17 o número de ministros.
De acordo com as leis iranianas, o líder tem poder para remodelar o gabinete e nomear ministros interinos por um prazo de três meses, após o qual deve consultar ao Parlamento as novas nomeações.
O conflito parece indicar na disputa que Ahmadinejad mantém há meses pelos limites de seu poder com o líder supremo da Revolução, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente do Parlamento, Ali Larijani.
As energias fósseis sustentam a economia do Irã, país que guarda em seu subsolo as segundas maiores reservas provadas de petróleo e gás do mundo.
A pasta de Petróleo concede, além disso, a Ahmadinejad a possibilidade de presidir na próxima semana em Viena a reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). EFE