XANGAI (Reuters) - O diretor do conselho do Banco de Pequim Lu Haijun está sob investigação por graves violações disciplinares, informou a instituição, no mais recente caso de um integrante do alto escalão de um banco a ser alvo da unidade anticorrupção da China, que agora se volta para o setor financeiro.
A investigação ocorre depois que o presidente do Minsheng Banking Corp, Mao Xiaofeng, renunciou no sábado alegando motivos pessoais, depois da notícia de que ele estava sendo investigado pela unidade anticorrupção.
O presidente chinês, Xi Jinping, alertou que o problema da corrupção oficial é grave o suficiente para ameaçar a legitimidade do Partido Comunista e prometeu ir atrás tanto de poderosos "tigres" como de humildes "moscas".
Os investigadores se voltaram tanto para líderes empresariais como políticos, incluindo o poderoso ex-chefe da segurança interna Zhou Yongkang, e Ling Jihua, que foi um dos principais assessores de Hu Jintao, o antecessor de Xi.
A mídia chinesa relacionou a queda de Mao com o caso de Ling, sem dar detalhes, a não ser a observação de que ambos subiram através da Liga da Juventude Comunista.
Ling foi demitido em dezembro do cargo de chefe de um departamento que trabalha para cooptar não-comunistas, depois de ter sido implicado em um escândalo sobre a morte de seu filho em um acidente com um carro esportivo de luxo.
A Reuters não localizou Mao nem Lu para comentários.
Mao já foi uma estrela em ascensão no mundo bancário da China e havia sido nomeado para o cargo em agosto.
Lu, do Banco de Pequim, foi presidente da Beijing Energy Investment Holding Co Ltd, uma das acionistas do banco, de acordo com um comunicado publicado na Bolsa de Xangai na noite de segunda-feira. O banco está operando normalmente, acrescentou o comunicado.
O órgão de combate à corrupção do partido, a Comissão Central para Inspeção Disciplinar, informou na sexta-feira estar investigando Lu, que identificou apenas como o ex-presidente da Beijing Investimento de Energia, sem mais detalhes.
A Beijing Energy Investiment detém 5,08 por cento das ações do Banco de Pequim, avaliado em 106 bilhões de iuanes (16, 9 bilhões de dólares) no mercado e atuante principalmente no âmbito doméstico.
A ação do governo chinês no setor financeiro faz parte de uma campanha mais ampla para erradicar a corrupção em grandes conglomerados estatais.
A agência oficial de notícias Xinhua disse na segunda-feira que equipes anticorrupção seriam enviadas a 72 grandes empresas estatais, incluindo 19 nos setores financeiro e ferroviário.
(Reportagem de Engen Tham, com reportagem adicional de Sue-Lin Wong e Ben Blanchard)
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