ISTAMBUL (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que irá adiante com um evento planejado para eleitores turcos na Alemanha, nesta terça-feira, apesar de as autoridades locais terem fechado o local do encontro, intensificando uma rixa entre os dois países aliados em decorrência da campanha para um referendo turco.
"Eu irei. Ninguém pode me impedir", disse Mevlut Cavusoglu ao jornal Hurriyet depois de uma porta-voz municipal da cidade de Hamburgo informar que o centro de convenções no qual o chanceler planejava discursar foi interditado por carecer de um sistema anti-incêndio.
No domingo, o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, acusou Berlim de "ações fascistas" depois que autoridades locais alemãs retiraram a permissão para três outros eventos de apoio a seus planos de reformar a Constituição turca para obter mais poderes. As propostas serão submetidas a um referendo em abril.
Erdogan busca o endosso da comunidade turca na Alemanha, que conta 1,5 milhão de eleitores, para garantir a aprovação de poderes que ele argumenta serem vitais para a segurança de um país que enfrenta ameaças de militantes islâmicos e curdos e que se recupera de um golpe de Estado fracassado de julho.
Autoridades e grupos de direitos humanos do oeste europeu expressaram o temor de que as reformas possam ameaçar o controle democrático.
Fontes diplomáticas turcas disseram que se procura um novo local para o evento com Cavusoglu.