Rio de Janeiro, 4 nov (EFE).- Depois de cinco meses de
negociações, a Petrobras assinou o contrato de financiamento de US$
10 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China (BDC) com
vencimento em dez anos.
Este é o maior empréstimo concedido, até agora, por uma entidade
chinesa a uma instituição brasileira.
"O financiamento é simbólico pelo valor envolvido e por
representar uma nova fase nas relações entre mercados de países em
desenvolvimento", afirmou o diretor financeiro da Petrobras, Almir
Barbassa, que assinou o contrato na terça-feira em Pequim.
Em troca do empréstimo, a Petrobras dará preferência às empresas
chinesas na compra de bens e serviços que realizará com os recursos
e a pagar parte do crédito com as receitas oriundas da venda de
petróleo à China.
Para isso, a Petrobras aumentará a venda de petróleo à Unipec
Ásia, subsidiária da estatal chinesa Sinopec, para 150 mil barris
diários no primeiro ano do acordo e até 200 mil barris diários
durante os próximos nove anos.
"Quando Petrobras fizer a primeira retirada de recursos do
contrato com o BDC o acordo de longo prazo entrará em vigor,
incluindo à exportação de petróleo entre Petrobras e Unipec Ásia",
segundo o comunicado da companhia petrolífera brasileira.
A Petrobras detalhou que os recursos do empréstimo serão
utilizados para financiar parte do Plano de Negócios do período de
2009-2013, que prevê investimentos de US$ 174,4 bilhões, as maiores
na história da companhia.
O Plano de Investimentos da Petrobras até 2013 é 55,2% superior
ao previsto para o período 2008-2012 (US$ 112,400 bilhões).
Os investimentos permitirão à empresa aumentar sua produção de
2,4 milhões de barris diários de petróleo, de 2008, até 3,6 milhões
de barris diários em 2013 e até 5,7 milhões de barris diários em
2020.
Os novos investimentos preveem o desenvolvimento da primeira
etapa de prospecção do pré-sal.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) calcula que as reservas no
pré-sal podem chegar a 80 bilhões de barris de petróleo, quase seis
vezes mais que as atuais reservas do Brasil (14 bilhões de barris).
EFE