Washington, 7 jun (EFE).- O mundo continua se recuperando da crise e crescerá 3,2% em 2011, declarou nesta terça-feira o Banco Mundial, que afirmou que os preços do petróleo e dos alimentos e a crise na Europa impõem riscos à economia global.
O organismo, que divulgou seu relatório atualizado "Perspectivas Econômicas Globais", rebaixou em apenas um décimo sua previsão de crescimento global para 2011 em relação ao dado estimado em janeiro, apesar do terremoto no Japão e das revoltas no Oriente Médio.
"O terremoto e o tsunami no Japão e a turbulência política no Oriente Médio e no norte da África contribuíram para uma modesta queda da produção industrial e do comércio", assinalou o Banco Mundial em seu relatório.
À frente do pelotão econômico estarão os países emergentes, que crescerão 6,3% ao ano entre 2011 e 2013, contra os 7,3% registrados em 2010, segundo as projeções do Banco Mundial.
A instituição financeira havia calculado em janeiro que o Produto Interno Bruto (PIB) das nações em desenvolvimento seria de 6% em 2011 e de 6,1% em 2012.
"Os países em desenvolvimento são neste momento atores essenciais na economia mundial", afirmou nesta terça-feira em entrevista coletiva Andrew Burns, principal autor do relatório.
Já os países ricos se situarão em um distante segundo lugar, com um crescimento previsto de 2,2% em 2011 e de 2,7% e 2,6% em 2012 e 2013, respectivamente.
O número de 2011 é dois décimos inferior ao divulgado em janeiro, enquanto o de 2012 é idêntico ao publicado na ocasião.
Apesar de a recuperação avançar em bom ritmo, o organismo alertou que ainda existem grandes riscos no horizonte.
Nesse sentido, o economista-chefe do Banco Mundial, Justin Yifu Lin, afirmou nesta terça-feira em entrevista coletiva que uma alta adicional nos já elevados preços do petróleo e um maior encarecimento dos alimentos podem truncar o ritmo de crescimento atual.
Nesse sentido, o relatório alerta que poderia ocorrer um desaquecimento "muito mais severo" da economia global se a instabilidade política no Oriente Médio e no norte da África fizesse com que os preços do petróleo seguissem altos durante um período prolongado.
O estudo menciona, por outro lado, que apesar do nervosismo gerado por conta da situação fiscal de vários países europeus, ela é "menos aguda do que no passado" e ainda tem o potencial de afetar o crescimento nos países em desenvolvimento caso interfira na confiança dos investidores.
Por outro lado, o relatório aponta que as condições nos mercados globais de alimentos podem ter "sérias consequências" para os segmentos mais pobres da população nos países em desenvolvimento.
Com todos esses dados divulgados, Lin afirmou nesta terça-feira que ainda há "um longo caminho a se percorrer" antes de a economia global chegar a um "terreno verdadeiramente firme".
Por regiões, o Banco Mundial prevê que a zona do euro cresça 1,7% este ano, 1,8% em 2012 e 1,9% em 2013.
Já na América Latina, o crescimento esperado para este ano é de 4,5%, contra 6% em 2010.
O relatório destaca que o desaquecimento será mais pronunciado naqueles países que tiveram as maiores altas após a crise, como a Argentina e o Brasil, que terão seu ritmo de crescimento reduzido diante do endurecimento das políticas monetárias.
O organismo previu que o Brasil crescerá 4,2% neste ano, 4,1% em 2012 e um 3,8% em 2013, enquanto o PIB argentino avançará a um ritmo de 4,4%, 4,1% e 4,2%.
O México, o outro gigante da economia regional, crescerá 4,4% neste ano, 4,1% em 2012 e 4,2% em 2013. EFE