Washington, 30 abr (EFE).- As primeiras ondas de petróleo
derramado no Golfo do México começaram a manchar hoje as ilhas do
delta do Rio Mississipi, onde teme-se desastre ambiental.
Em entrevistas as emissoras de televisão, a almirante da Guarda
Costeira, Sally Brice-O'Hara, disse que a resposta do Governo
federal "foi rápida e sustentada" à contaminação causada pela
explosão, o incêndio e o afundamento de uma plataforma de prospecção
petrolífera.
O acidente ocorreu em 20 de abril e matou 11 dos 126
trabalhadores que estavam na plataforma.
Como consequência do fracasso nos esforços para tapar o buraco a
mais de 1,5 mil metros de profundidade, por dia estão vazando 795
mil litros de petróleo.
O governador da Louisiana, Bobby Jindal, declarou ontem estado de
emergência na região litorânea onde, segundo o jornal "The
Times-Picayune" de Nova Orleans, "o cheiro forte do petróleo se
estende, enquanto aumentam os esforços para impedir um desastre
ambiental que afetaria gravemente a indústria pesqueira".
O serviço meteorológico nacional prevê que os ventos do sudeste,
de 32 km/h, continuarão pelo menos até o sábado, e as projeções da
Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera indicam que a mancha
de petróleo poderá entrar amanhã nas baías Breton e Chandeleur, a 80
quilômetros ao sudeste de Nova Orleans.
Diante desta situação, a secretária de Segurança Nacional, Janet
Napolitano, o secretário de Interior, Ken Salazar e a administradora
da Agência de Proteção Ambiental, Lisa Jackson, viajam hoje à costa
do golfo.
No local, inspecionaram as operações para minimizar o perigo
ambiental nas áreas afetadas. Eles também vão percorrer a área
afetada pelo ar para supervisionar as tarefas de contenção iniciadas
pela British Petroleum (BP) e reunir-se com as autoridades.
Além disso, receberão um relatório sobre as pesquisas sobre a
explosão que causou o acidente na plataforma.
Apenas na Louisiana, a maré negra poderia afetar até a 400
espécies animais e vegetais nas delicadas restingas litorâneas,
segundo advertiram as autoridades.
A mancha negra pode chegar ao Texas, Missouri, Alabama e Flórida,
cujos governadores receberam na quinta-feira uma ligação de alerta
do Governo.
O desastre da plataforma poderia ser similar e até pior do que o
provocado pelo petroleiro Exxon Valdez que derramou mais de 41
milhões de litros de petróleo depois de encalhar na baía Prince
William, no Alasca em 1989. EFE