Caracas, 19 ago (EFE).- A economia venezuelana teve retração de
3,5% no primeiro semestre influenciada pela queda no setor
petroleiro, pela crise elétrica e pela falta de insumos importados
para a produção, informou hoje o Banco Central da Venezuela (BCV).
O resultado econômico do semestre foi consequência da queda de
5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre e de 1,9%
no segundo trimestre, informou o BCV em nota à imprensa.
O BCV destacou que, entre abril e junho, a economia da Venezuela
teve a menor redução dos "últimos quatro trimestres".
Um dos fatores que favoreceu a desaceleração da queda do PIB no
segundo trimestre foi a entrada em vigor, em junho passado, do
Sistema de Transações com Títulos em Moeda Estrangeira (Sitme).
O Sitme, operado pelo BCV, permite aos agentes econômicos e às
pessoas físicas terem acesso legal a dólares por meio da compra de
bônus estatais denominados em moeda estrangeira.
A queda no setor petrolífero foi consequência de uma menor
produção de petróleo "atenuada pelo crescimento da elaboração de
produtos refinados para satisfazer uma maior demanda do mercado
interno".
A Venezuela produzia até junho 2,9 milhões de barris diários de
petróleo, informou o diretor da estatal Petróleos de Venezuela S.A.
(PDVSA), Pedro León, e pretende aumentar a produção em 100 mil
barris este ano.
A queda do setor não petroleiro foi alavancada "pela menor
disponibilidade de insumos importados" para a manufatura e serviços,
"e pela diminuição da demanda interna".
Alguns dos setores que mais sofreram com as perdas foram
mineração, eletricidade e água, construção e serviços de transporte.
Por outro lado, cresceram o valor agregado nas áreas de
comunicação, serviços produzidos pelo Governo e serviços
comunitários, sociais e pessoais. EFE.