Santiago do Chile, 8 fev (EFE).- O presidente chileno, Sebastián Piñera, destacou nesta terça-feira os avanços registrados nas tarefas de reconstrução após o terremoto de 27 de fevereiro de 2010, que em breve completará um ano, mas insistiu que o processo vai se prolongar até 2014, quando finalizar seu mandato.
"Posso afirmar nesta terça, antes do aniversário da catástrofe, que a reconstrução está avançando a passos firmes e que conquistamos avanços e lucros significativos", disse Piñera ao fazer um balanço das tarefas.
O terremoto de 8,8 graus na escala Richter de 27 de fevereiro de 2010, o quinto mais forte registrado na história, causou, segundo o Governo chileno, 524 mortos e deixou 31 desaparecidos, provocando perdas de US$ 30 bilhões, equivalentes a 18% do Produto Interno Bruto (PIB). Destes, 10 bilhões correspondem as perdas em infraestrutura pública.
Conforme o relatório divulgado nesta terça pelo Governo, o devastador terremoto afetou 12,8 milhões de pessoas e destruiu 220 mil casas, 3,7 mil escolas, 73 hospitais, 1.554 quilômetros de estradas, 212 pontes, nove aeroportos e aeródromos e dez prisões, entre outras infraestruturas.
Segundo o relatório, a poucos dias do primeiro aniversário da tragédia, já foram entregues 120 mil subsídios para casas, reparadas parcial e totalmente 99,1% das infraestruturas públicas e recuperadas os 4.250 leitos hospitalares. Dos 220 mil desabrigados em situação vulnerável, só 4 mil permanecem em acampamentos.
Como explicou nesta terça Piñera, o planejamento da reconstrução foi feito em três períodos, que incluiu a emergência imediata - até 31 de março -, a de inverno - até julho - e a de reconstrução, que concluirá em 11 de março de 2014.
Durante uma reunião com correspondentes, o presidente reconheceu o trabalho da sociedade civil e, especialmente, dos 12 mil membros das Forças Armadas que contribuíram para estabelecer a ordem e colaboraram na remoção de escombros.
No entanto, a ajuda internacional de emergência somou US$ 22 milhões, segundo cálculos do Governo.
Piñera vinculou os avanços na reconstrução com a reativação econômica do país e com o desenvolvimento de sete grandes reformas, que afetam a educação, a saúde, a pobreza, a segurança cidadã, a democracia, o meio ambiente e a modernização do Estado.
O governante elogiou os bons resultados macroeconômicos do país, que em 2010 cresceu 5,2%, recuperou os níveis de investimento e produtividade e criou 428 mil novos empregos, o número mais alto na história do país, com aumento de salário de 4%.
Para comemorar o primeiro aniversário, o Governo prepara uma viagem para o presidente pelas áreas mais afetadas durante os dias anteriores ao 27 de fevereiro, dia em que será realizada uma vigília e uma cerimônia que pretende ser um ato de união nacional. EFE