Lisboa, 7 set (EFE).- Portugal não conseguiu completar nesta quarta-feira o máximo previsto de 1 bilhão de euros em emissão de dívida para três meses de prazo e teve de pagar juro maior para colocar 854 milhões de euros, embora conseguiu mantê-lo na barreira de 5%.
O Tesouro português pagou juro médio de 4,95%, contra 4,85% do leilão anterior, e ultrapassou o mínimo previsto da emissão, de 750 milhões, com demanda 2,2 vezes superior à oferta.
A colocação foi beneficiada pelo alívio que experimentaram nesta quarta-feira os mercados financeiros europeus, após as fortes quedas das bolsas no início da semana pela situação grega, a crise da dívida soberana e o temor de recessão mundial.
A emissão desta quarta-feira é a 14ª que realizou Portugal no mercado secundário desde que obteve, em maio, uma ajuda internacional de 78 bilhões de euros para evitar a quebra que não alcançou frear a pressão dos mercados sobre sua dívida.
Apesar dos fundos outorgados pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) garantem o financiamento luso durante três anos, os juros do bônus luso não deixaram de subir no mercado secundário.
Enquanto a operação estava em andamento, o juro pago pelos títulos portugueses subia em todos os prazos e para dois anos se aproximava de 14,5%, um décimo mais que na véspera.
Para cinco anos ultrapassavam 12,5% - aumento similar ao do prazo mais curto - e no caso dos bônus para dez anos, que servem de referência no mercado, a alta, pouco mais contida, levava juro de 10,9%.
Segundo declarações do ministro de Finanças português, Vítor Gaspar, à televisão lusa, Portugal aspira retornar aos mercados de dívida no longo prazo em 2013, o último ano em que receberá ajuda da UE e o FMI. EFE