Brasília, 25 mai (EFE).- Os pré-candidatos à Presidência José
Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) defenderam
hoje as atuais bases da política econômica nacional, em uma sabatina
da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apesar de terem
demonstrado tênues diferenças.
Os três pré-candidatos à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva participaram de um encontro com membros da CNI, diante dos
quais apresentaram individualmente um esboço de seus planos
econômicos caso vençam as eleições em outubro.
Antes de seus discursos, os candidatos escutaram as queixas de
representantes da CNI sobre a valorização do real, as altas taxas de
juros, os elevados custos trabalhistas, a excessiva burocracia e a
baixa qualidade da educação. A maior crítica foi à alta carga
tributária.
Dilma defendeu o atual Governo, mas admitiu que a reforma
tributária ainda é um assunto pendente.
A pré-candidata do PT afirmou que a "situação tributária no
Brasil é caótica" e afirmou que avançar rumo a uma reforma que
reduza a pesada carga é "estratégico no momento", mas não determinou
qual seria sua proposta.
Dilma também propôs adotar medidas para melhorar o apoio às
pequenas e médias empresas e sugeriu a possível criação de um
ministério específico para o setor.
Já Serra citou as dificuldades da carga tributária para o setor
industrial, considerada por ele a "mais alta entre todos os países
emergentes" e que agrava a perda de competitividade gerada pela
valorização do real frente ao dólar.
"Há uma distorção muito grande na economia devido ao câmbio e aos
altos juros", disse o pré-candidato do PSDB.
Ao contrário de Dilma, que defendeu a atual política de "dólar
flutuante", Serra sustentou que a política monetária deve ser usada
em determinadas situações para ajudar a indústria local, e assegurou
que, combinada com cortes no gasto público e reduções tributárias,
pode ajudar o Brasil a "decolar rumo ao desenvolvimento".
Dilma e Serra concordaram sobre as principais linhas da política
econômica no Brasil. Os três pré-candidatos se comprometeram a
manter a inflação controlada, metas de superávit fiscal e uma maior
disciplina na despesa, além de encorajar o investimento público e
privado.
Marina disse que o Brasil "não pode crescer mais" enquanto não
adotar políticas públicas de "responsabilidade ambiental".
Segundo a pré-candidata do PV, não basta perseguir o crescimento
econômico, mas a meta nacional deve ser criar um país que seja
"economicamente próspero, socialmente justo, ambientalmente
sustentável, politicamente democrático e culturalmente diverso". EFE