Lisboa, 1 ago (EFE).- O presidente-executivo da Portugal Telecom
(PT), Zeinal Bava, afirmou que a empresa tem méritos ao ter
encontrado uma solução para a brasileira Vivo após a oferta da
Telefónica.
A PT anunciou na quarta-feira passada a venda à Telefónica dos
30% que controlava da Vivo por 7,5 bilhões de euros, quase três
meses depois que a companhia espanhola fez a primeira oferta, de 6,5
bilhões de euros, número elevado em quatro ocasiões.
O acordo pôs fim a longas negociações que tinham sido
interrompidas no dia 16 de julho por causa do veto do Estado
português à operação, alegando a defesa de valores estratégicos para
o país.
Em entrevista exclusiva ao jornal luso "Diário de Notícias",
publicada neste domingo, Bava reconheceu que o poder de veto
utilizado pelo Governo luso permitiu à PT receber um valor mais alto
que o oferecido até então (7,15 bilhões de euros).
Bava acrescentou que este tempo extra permitiu que a PT chegasse
a um acordo com a Oi para adquirir uma participação de 22,4% e
continuar no mercado brasileiro.
"Estamos no Brasil para permanecer 500 anos", assegurou o
presidente-executivo da PT, acrescentando que continua sem estar
"preocupado com o curto prazo", pois "ao vender a Vivo por 7,5
bilhões de euros e investindo 3,75 bilhões na Oi, ainda fica uma
ampla flexibilidade financeira para continuar potencializando nosso
projeto empresarial".
Bava também se referiu à relação que terá sua empresa a partir de
agora com a Telefónica e assegurou que continuarão com "uma aliança
estratégica em desenvolvimento de sinergias e redução de custos",
embora "fora do Brasil".
Perguntado se a companhia espanhola continua sendo de confiança
para PT após a operação da Vivo, Bava afirmou que "no mundo dos
negócios é preciso ser pragmático".
Lembrou que embora a espanhola não continuará no capital da PT,
nem vai ter representação em seu Conselho de Administração, há
âmbitos nos quais as duas companhias podem seguir colaborando. EFE