Lisboa, 26 jun (EFE).- O presidente da companhia Portugal Telecom
(PT), Zeinal Bava, considera que a oferta da Telefónica pela parte
da empresa portuguesa na Vivo "não é uma oferta sobre a PT, mas sim
sobre a metade da PT".
Em entrevista publicada hoje no jornal "Expresso" Bava lembrou
que a empresa que dirige está "sempre" preparada e avisou que quando
a subestimam "as coisas vão mal".
A Telefónica oferece, desde o dia 2 de junho, 6,5 bilhões de
euros para ficar com 100% da Brasilcel, a companhia com a qual a PT
e a Telefónica controlam juntas 60% da Vivo.
A empresa portuguesa decidiu levar esta proposta a sua assembleia
geral no próximo dia 30 de junho.
Durante a reunião, o presidente da PT reafirmou suas declarações
recentes - chamou a operação da Telefónica de "traição" - e insistiu
que a empresa portuguesa quer manter a Vivo, operador móvel líder no
Brasil, porque "vai ela vai valorizar muito no futuro".
"Vou à Assembleia Geral do dia 30 com a convicção de que todos os
investidores a longo prazo vão nos apoiar", disse Bava.
Os principais acionistas da PT, depois que Telefónica vendeu esta
semana 8% de sua participação, são o grupo financeiro português
Espírito Santo (7,99%), o fundo americano Brandes Investment
Partners (7,89%), o banco público Caixa Geral de Depósitos (CGD)
(7,3%) e o conglomerado português Ongoing (6,74%).
O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou ontem que Portugal,
que mantém direitos especiais de veto na PT, disse ao CGD que vote
contra a oferta da Telefónica. EFE