Washington, 3 jun (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed, o
banco central americano), Ben Bernanke, pediu hoje ao Congresso e à
Casa Branca para que reduzam o déficit recorde dos Estados Unidos.
Segundo Bernanke, não fazer isso pode corroer a confiança dos
consumidores na economia e as perspectivas no longo prazo.
O presidente do Fed fez o apelo numa sessão do Congresso, onde
foi apresentar sua visão da atual conjuntura econômica, dominada
recentemente pela crise do setor automotivo e por sinais incipientes
de recuperação.
As declarações de Bernanke vêm a público em momentos de uma
crescente preocupação quanto ao endividamento dos EUA tanto dentro,
quanto fora do país.
"Manter a confiança dos mercados financeiros exige que comecemos
a planejar a restauração do equilíbrio fiscal", disse o presidente
do Fed diante do Comitê Orçamentário da Câmara de Representantes.
A Casa Branca prevê que o déficit fiscal alcance os US$ 1,8
trilhão neste ano, cifra mais de quatro vezes maior do que o recorde
registrado em 2008.
A recessão americana agravou as contas públicas devido à menor
arrecadação de impostos e a mais gastos do Governo, que destinou
bilhões de dólares ao resgate do setor financeiro.
Para Bernanke, essa intervenção pública era "necessária e
apropriada" para fazer frente à pior crise financeira desde 1930,
apesar de ter agravado o déficit do país.
O forte endividamento dos EUA contribuiu para alimentar o temor
nos mercados quanto a um possível corte na qualificação da dívida
soberana do país (AAA, o nível máximo), o que pressionou o dólar em
baixa nos mercados internacionais.
A Casa Branca assegurou no final de maio que não está preocupada
com essa possibilidade e insiste em que o objetivo do presidente
americano, Barack Obama, é impulsionar um plano de recuperação que
crie postos de trabalho e recupere a economia.
Mesmo assim, a nova Administração reconhece que é necessário
resolver o problema fiscal do país para o médio e longo prazo. EFE