Bagdá, 1 ago (EFE).- O primeiro-ministro iraquiano em fim de
mandato, Nouri al-Maliki, reconheceu neste domingo a gravidade da
situação no Iraque perante as dificuldades para formar um novo
Governo, após as eleições parlamentares do último dia 7 de março.
Segundo comunicado de seu escritório, al-Maliki disse, durante
reunião em Bagdá com uma delegação da Casa Branca, integrada pelos
assessores da Vice-Presidência Tony Blinken e Puneet Talwar, que "os
esforços passados para formar um Governo de forma rápida levaram à
gravidade da situação atual".
Na reunião, as duas partes discutiram os laços bilaterais e a
aplicação do acordo de segurança assinado entre Washington e Bagdá
em dezembro de 2008.
Al-Maliki destacou, além disso, que a constituição de um novo
Executivo é responsabilidade dos iraquianos, e rejeitou qualquer
interferência estrangeira.
Por sua parte, Blinken e Talwar expressaram a disposição de seu
país para apoiar os esforços dos diferentes blocos políticos
iraquianos para formar um gabinete.
Estas declarações de al-Maliki foram divulgadas depois que fontes
da Aliança Nacional Iraquiana (ANI) revelaram que vão congelar o
diálogo com o grupo do primeiro-ministro em fim de mandato, o Estado
de Direito, já que rejeitam que ele possa ser candidato a chefe de
Governo.
A ANI, dirigida por Amar al-Hakim e terceiro grupo nas eleições,
formou em junho uma aliança com a coalizão de al-Maliki para criar
um bloco de maioria no Parlamento devido aos apertados resultados do
pleito.
As forças políticas iraquianas não conseguiram ainda um acordo
para constituir um Executivo, missão à qual também aspira a coalizão
Al Iraqiya, liderada pelo ex-primeiro-ministro Ayad Allawi e que
ficou em primeiro lugar nas últimas eleições.
Na ocasião, a Al Iraqiya obteve 91 dos 325 cadeiras do
Parlamento, enquanto a segunda, o agrupamento de al-Maliki, obteve
89 assentos e a ANI 70.
Por sua parte, a Al Iraqiya disse neste domingo em comunicado que
sua plataforma continua o diálogo com outros blocos políticos
vencedores nas eleições, como o Estado de Direito, a ANI e as
alianças dos grupos curdos, entre outros. EFE