(Embargada até as 20h01 de Brasília).
Londres, 2 jun (EFE).- Um grupo formado por estudantes, profissionais graduados e professores da Universidade de Oxford condenou a prática dessa instituição acadêmica de investir em empresas que fabricam armamento.
Em um comentário publicado na edição desta semana da revista científica "The Lancet", o grupo Oxford Anti-War Action, da prestigiosa universidade britânica, indica que entre 2008 e 2010, 4,5 milhões de libras dos ativos dessa universidade foram investidos em companhias como BAE Systems e Lockheed Martin e outros fabricantes de armas britânicos e americanos.
Este grupo citou como exemplo a participação da universidade em Lockheed Martin.
"Em abril de 2010, a universidade manteve 1,4 milhão de libras em ações nesta empresa americana que fabrica os mísseis Hellfire", lembra a citada publicação.
"Os documentos do Wikileaks evidenciaram o assassinato de uma criança iraquiana enquanto recolhia madeira em consequência de um ataque perpetrado com esses mísseis lançados de um helicóptero americano", destacaram os autores do artigo.
O grupo Oxford Anti-War Action também assinalou que a Lockheed Martin produz bombas de fragmentação, um tipo de arma ilegal no Reino Unido.
Além disso, ressaltou que a Universidade de Oxford tinha investido previamente na General Dynamics, uma empresa que produz munição de urânio empobrecido.
"Como estudantes de outras universidades, fizemos campanha para que a Universidade de Oxford retire seu investimento das empresas de armamento", revela este grupo.
Também lamenta que seus argumentos tenham sido rejeitados por um comitê nomeado pela universidade para avaliar o assunto, já que, em junho passado, o conselho da universidade decidiu manter esses investimentos.
Segundo o grupo, essa decisão constitui não só um "desprezo evidente pelo sofrimento ocasionado pelas armas, mas também uma rejeição ao conceito geral do investimento ético".
"Nossas universidades têm uma opção: canalizar seu considerável capital a iniciativas que valham a pena, modelando o futuro de maneira responsável, ou podem continuar fornecendo os meios financeiros para produzir mais meios de destruição potencialmente mais mortais e mais indiscriminados", acrescentou. EFE