Tallinn, 22 abr (EFE).- A presença de armas nucleares táticas
americanas na Europa é "uma parte essencial" da dissuasão nuclear da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse hoje o
secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen.
Os ministros de Exteriores aliados começam esta noite o debate
sobre o futuro da política nuclear de defesa da organização, mas
Rasmussen disse, em entrevista coletiva antes da discussão, que é
favorável à manutenção das armas táticas.
Cinco países da aliança (Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e
Noruega) convocaram o debate visando à retirada dessas armas
táticas, já que a Otan dispõe de armamento atômico estratégico de
Estados Unidos e Reino Unido, enquanto outro Estado-membro, a
França, possui armas nucleares, mas que não estão incorporadas à
estrutura militar aliada.
Rasmussen destacou que a Otan deve "fazer o que puder" dentro de
um "compromisso ativo" para apoiar os esforços internacionais a
favor do desarmamento, como os impulsionados pelo presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama.
No entanto, deixou claro que enquanto houver armas atômicas "a
Otan necessita uma dissuasão nuclear crível, eficaz e administrada
de forma segura".
O secretário-geral explicou que, durante a primeira sessão da
reunião de dois dias na capital da Estônia, recebeu o "forte apoio"
ministerial a várias ideias que apresentou para conseguir "profundas
reformas" na organização, para uma melhor gestão dos recursos.
Rasmussen insistiu na urgência de mudanças profundas na Otan.
Segundo ele, a aliança "tem uma estrutura de quartéis-gerais própria
da Guerra Fria que já não pode ser permitida".
"Nossa sede é um paraíso para as pessoas que gostem de comitês,
mas eu não sou uma delas e tenho certeza que podemos agilizar as
coisas nesta área", disse Rasmussen. EFE