Reformas na Europa não funcionarão sem apoio financeiro, diz Timothy Geithner

Publicado 27.01.2012, 10:41

Davos (Suíça), 27 jan (EFE).- O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou nesta sexta-feira que o ajuste fiscal e as reformas estruturais para superar a crise na zona do euro não funcionarão se não forem acompanhadas de um forte respaldo financeiro.

"Quem somente fala em solucionar os problemas através da austeridade interpreta mal o panorama geral", declarou Geithner durante um discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos, na qual pediu amplitude de alvos para salvar o euro.

O secretário do Tesouro admitiu que para a Europa "não haverá outra alternativa a não ser um substancial ajuste de algumas economias", mas acrescentou que para esses ajustes funcionarem a médio e longo prazo "será necessário apoio financeiro que complemente as reformas que geram crescimento e competitividade".

Geithner insistiu que é imprescindível "construir alicerces e recursos financeiros mais sólidos para sustentar o projeto europeu" e advertiu que os países da zona do euro que apostam unicamente pela austeridade "alimentarão seu declive" econômico.

"Este é um processo que é preciso romper", afirmou o responsável pela política econômica de Washington, que considerou que nos últimos dois meses foram feitos progressos para incentivar uma solução e classificou como positivas as mudanças de Governo em países-chave para a solução da crise.

O secretário do Tesouro afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode ter um papel decisivo para apoiar as economias do euro que sofrem uma grave crise de dívida, sempre que exista "a disposição e o compromisso político" dos Governos de blindar financeiramente o euro frente aos mercados.

Sobre a situação da economia americana, ele concordou com as perspectivas de crescimento do FMI para 2012, que o situam entre 2 e 3% do Produto Interno Bruto, e destacou que o objetivo principal deve ser estimular a criação de emprego.

Geithner, que há meses concordou em continuar no cargo a pedido do presidente Barack Obama, após expressar seu desejo de sair da administração, reiterou que sua tarefa à frente do Tesouro dos Estados Unidos terminará definitivamente no final deste ano, quando concluir o primeiro mandato da atual administração.

Ele não quis falar sobre seu futuro e disse que sua intenção é se concentrar "nas muitas coisas que há por fazer (...), em um ano com muito trabalho", no qual há "possibilidade de progredir". EFE

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