LISBOA (Reuters) - A Portugal Telecom SGPS, maior acionista da Oi, teve um prejuízo de 302,8 milhões de euros em 2014, penalizada pelas perdas e desvalorização das ações da operadora brasileira.
A Portugal Telecom SGPS tem como principal ativo uma participação de 27,5 por cento na Oi. A empresa detém ainda cerca de 900 milhões de euros de dívida em 'default' da Rioforte, do falido Grupo Espírito Santo, e opções de compra sobre 47,4 milhões de ações ordinárias e 94,9 milhões de ações preferenciais da Oi.
As opções de compra representam mais de 10 por cento do capital da Oi, com a qual, há cerca de um mês, a Portugal Telecom SGPS chegou a acordo sobre os termos finais da combinação de negócios entre as duas empresas, incluindo o modelo de estrutura societária.
A consolidação dos resultados da Oi pesou muito sobre o prejuízo da Portugal Telecom SGPS em 2014. Via equivalência patrimonial, a holding teve perdas de quase 380 milhões de euros por sua participação nos resultados da operadora brasileira e em holdings controladoras.
A Oi teve prejuízo de 1,3 bilhão de euros em 2014.
"Estamos conscientes de que a Rioforte teve impacto nos resultados da Oi", disse Rafael Mora, administrador da PT SGPS.
A fusão entre a Portugal Telecom e a Oi, anunciada em 2013, visava criar uma operadora global de língua portuguesa, mas foi abalada pelo investimento da Portugal Telecom em dívida da Rioforte, do Grupo Espírito Santo.
A telecom portuguesa sofreu um calote de 900 milhões de euros da Rioforte e, como resultado, o acordo de fusão foi revisto em prejuízo dos acionistas da Portugal Telecom SGPS, que viram sua posição na empresa combinada ser reduzida para muito menos que os 38 por cento acordados originalmente.
(Por Daniel Alvarenga)