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Risco hidrológico é conjuntural e estrutural, diz Sachsida

Publicado 04.06.2021, 16:00
Atualizado 04.06.2021, 16:05
© Reuters. Prédio do Ministério da Economia. 03/01/2019. REUTERS/Adriano Machado.
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BRASÍLIA (Reuters) - O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira que o risco hidrológico que o Brasil vivencia atualmente decorre de fatores conjunturais e estruturais e voltou a reforçar a necessidade de privatização da Eletrobras (SA:ELET3) como forma de contornar, futuramente, um cenário adverso no setor elétrico.

Sachsida afirmou que, no âmbito conjuntural, o país vivencia o pior período de volume de chuvas em mais de 90 anos de histórico, o que contribui para o agravamento da crise hídrica.

Ao fim de maio, o Ministério de Minas e Energia relatou que as afluências permanecem abaixo dos valores médios históricos, com a caracterização dos piores montantes verificados para o Sistema Interligado Nacional no período de setembro a maio em 91 anos de histórico.

"Agora, nós temos que ser muito claro. Há dez anos, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita brasileiro não cresce. Ainda assim, nós estamos com problema de energia. Então na minha leitura, isso denota um problema estrutural", disse Sachsida em videoconferência promovida pela Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará.

Dessa forma, de acordo com ele, é "fundamental" que o país aprimore os marcos regulatórios de energia e privatize a Eletrobras, com o objetivo de atrair investimentos privados para o setor e afastar eventuais riscos estruturais.

No início da semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu, após o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, que o crescimento da atividade econômica naturalmente colocará pressão sobre o risco hidrológico que o país vivencia.

CHOQUES NEGATIVOS

Ao comentar a atual conjuntura econômica, em face da pandemia da Covid-19, Sachsida citou choques negativos que o país vivencia da forte retração econômica observada em 2020, em decorrência de fechamento de segmentos da atividade e restrição de locomoção.

Em sua apresentação, citou, por exemplo, choques negativos sobre o capital humano, com perda de anos de estudo afetando a população, principalmente jovens de baixa renda, bem como crianças em anos de alfabetização.

Já na saúde pública, Sachsida mencionou a queda no número de pessoas que realizam exames. Ele disse que dados mostram uma queda de 70% no número de realizações de exames de câncer de mama.

© Reuters. Prédio do Ministério da Economia. 03/01/2019. REUTERS/Adriano Machado.

"Então, nós temos aí, uma série de pessoas que estão evitando irem e hospitais, clínicas, fazer tratamentos que deveriam estar sendo feitos. Isso aí, tão logo passe a pandemia, vai começar a aparecer", alertou.

Outros choques, de acordo com Sachsida, podem ser constatados no nível de pobreza, endividamento de famílias, empresas e do próprio governo, bem como o fechamento de empresas.

 

(Por Gabriel Ponte)

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