Viena, 23 jun (EFE).- O ministro de Assuntos Exteriores da
Rússia, Serguei Lavrov, pediu hoje uma nova política de segurança na
Europa, para corrigir as "insuficiências" e "erros" da "política
míope da Otan de beliscar pedaços do antigo Pacto de Varsóvia".
Durante uma reunião da Organização para a Segurança e a
Cooperação na Europa (OSCE), em Viena, Lavrov afirmou que a crise da
Geórgia, em agosto do ano passado, mostrou que "nem tudo ia bem na
Europa" em matéria de segurança.
O ministro defendeu a proposta russa da adoção de um novo pacto
europeu que, "sem querer enfraquecer a Otan", reequilibre as forças
no velho continente para não "reforçar a segurança própria às custas
da segurança de outros".
Lavrov fez as declarações durante a sessão de abertura da
Assembleia Anual da Segurança da OSCE, uma reunião que foi criada a
pedido dos Estados Unidos, para enfrentar a ameaça à segurança
criada pelos atentados de 11 de setembro.
Para abordar os atuais problemas de segurança, o diplomata russo
falou sobre a necessidade de corrigir os erros na segurança
transatlântica.
Ele lamentou que, depois do fim da Guerra Fria e com o
desaparecimento dos blocos, "não se tenha conseguido estabelecer um
sistema de segurança comum para os países do leste e do oeste"
europeu.
O chefe da diplomacia russa ressaltou que seu país não quer que a
Otan desapareça, mas que a própria OSCE, que representa 56 países da
Europa, América do Norte e Ásia Central atualmente, adquira um papel
mais proeminente em matéria de cooperação e segurança.
Sobre os conflitos com a Geórgia, em agosto do ano passado,
Lavrov insinuou que as "aventuras militares" de alguns líderes, em
clara referência ao presidente do país, Mikhail Saakashvili, eram
encorajadas por uma certa política da Otan. EFE