Brasília, 2 out (EFE).- A empresa sueca Saab, que disputa a
licitação para a venda de 36 caças-bombardeiros ao Brasil, anunciou
hoje que se escolhida comprará aviões de fabricação brasileira.
Nesta sexta-feira, o presidente da empresa sueca, Áke Svenssown
comunicou a proposta durante uma entrevista coletiva em Brasília.
Saab participa da licitação com os aviões Gripen NG, que têm como
rivais o Super Hornet F/A-18 da americana Boeing e o caça Rafale da
empresa francesa Dassault, pelo que o Governo brasileiro já
manifestou publicamente sua preferência.
Mesmo sem detalhar a quantidade de aeronaves que pretendem
comprar, Svenssown revelou interesse em aviões de treino Super
Tucano e KC-390, uma aeronave de transporte que a Embraer começará a
desenvolver em breve.
Svenssown reiterou a transferência de tecnologia para o Brasil e
acrescentou que não se refere só ao Gripen NG.
"Serão 175% de transferência, pois incluirá outras tecnologias
que não necessariamente são usadas no Gripen", disse.
Há 15 dias, o vice-ministro da Defesa da Suécia, Hakan Jevrell,
esteve em Brasília e afirmou que o país está disposto a oferecer os
aviões pela metade do preço dos Rafale ou dos Super Hornet F/A-18.
No entanto, os aviões de Dassault parecem ter todas as chances de
ganhar. Em 7 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
recebeu o colega francês, Nicolas Sarkozy, e ambos anunciaram que
transformarão os países em parceiros estratégicos no domínio
aeronáutico.
Na ocasião, foram assinados os acordos da compra do Brasil à
França de cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear, e 50
helicópteros de transporte de tropas.
Durante a visita de Sarkozy, Lula anunciou que estavam adiantadas
as negociações com Dassault para a compra dos Rafale. No dia
seguinte, no entanto, o Governo esclareceu que o mesmo valia para as
empresas Saab e Boeing e que a licitação seguia aberta. EFE