Rio de Janeiro, 11 abr (EFE).- O governador do Rio de Janeiro,
Sérgio Cabral, anunciou hoje que o estado receberá investimentos de
R$ 1 bilhão em moradias após a tragédia provocada pelas chuvas que
causaram pelo menos 229 mortes.
Esse dinheiro será destinado sobretudo à construção de novas
casas para alojar as famílias que perderam seus lares ou deverão ser
removidas por viverem em áreas que correm risco de novos
deslizamentos de terra, explicou Cabral.
Além dessa quantia, o Governo do Rio de Janeiro propõe investir
outros R$ 4,3 bilhões em obras de saneamento e segurança para as
casas que serão construídas.
Segundo as autoridades, as chuvas torrenciais que caíram esta
semana na região metropolitana do Rio deixaram cerca de 50 mil
desabrigados. No entanto, ainda não está claro quantas pessoas
perderam suas casas e deverão ser alojados em outros locais e
quantos poderão retornar a seus lares.
O governador fez o anúncio após visitar pela terceira vez nos
últimos dias o Morro do Bumba, em Niterói, onde se concentravam os
trabalhos das equipes de resgate, que ainda buscam por pessoas com
vida ou corpos sob a terra que desmoronou após as fortes chuvas.
As equipes de socorro encontraram hoje sete corpos no Bumba,
elevando o total de mortos resgatados somente ali para 38.
A tarefa das equipes de busca fica cada vez mais difícil porque
já foram rastreadas as camadas mais superficiais da terra que caiu.
Agora é necessário chegar cada vez mais a uma profundidade maior, em
meio às toneladas de lodo, pedras e lixo que desmoronaram com as
chuvas.
A comunidade que ficava no Morro do Bumba tinha cerca de 50
casas, uma igreja, um parque e vários estabelecimentos comerciais.
Ela tinha sido construída há cerca de 30 anos sobre um antigo
depósito de lixo e, por isso, o terreno estava fragilizado e sua
capacidade para absorver a água da chuva estava reduzida.
A maior parte dos trabalhos de resgate se concentra desde
sexta-feira passada em Niterói, mas continuavam hoje em morros do
Rio, São Gonçalo, Petrópolis, Nilópolis, Magé e Paracambi, as
cidades mais afetadas pelo temporal que começou na tarde de
segunda-feira passada.
Cabral também confirmou que amanhã começará a remoção das
centenas de famílias que ainda estão em áreas consideradas "de
risco", nas quais se teme que haja novos deslizamentos de terra.
Embora muitas dessas famílias se neguem a abandonar suas casas,
as autoridades afirmaram que, se for necessário, serão obrigadas à
força, pois existe um "perigo real" de novos desmoronamentos caso
volte a chover, tal como os meteorologistas preveem para essa
semana. EFE