Bruxelas, 28 fev (EFE).- A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) organiza nesta quarta-feira manifestações em toda a União Europeia (UE) para expressar sua rejeição à estratégia de austeridade promovida em Bruxelas e reivindicar um plano alternativo de saída à crise centrado no emprego e na justiça social.
Este novo "dia europeu de ação" terá seu epicentro na capital belga, onde os sindicatos convocaram várias manifestações em frente às instituições europeias, entre elas o prédio do Conselho da UE, onde quinta-feira e sexta-feira será realizada uma cúpula de líderes da UE.
A CES reivindica aos líderes da UE que deem prioridade "ao emprego e à justiça social" e não se concentrem só na estabilidade orçamentária e no ajuste fiscal, uma postura defendida nesta quarta-feira pelos representantes sindicais europeus em reunião com o presidente do Executivo do bloco, José Manuel Durão Barroso.
"Constatamos com muita preocupação que, na UE, não se articulam medidas com objetivos além do equilíbrio das contas públicas, e isso levou a Europa a um novo período de recessão, com um grande risco de aumento de desemprego", afirmou o presidente da CES e secretário-geral da Comissões Operárias (CCOO) da Espanha, Ignacio Fernández Toxo.
Na reunião, os sindicatos reiteraram a Barroso a necessidade de "relaxar" os critérios do plano de estabilidade e crescimento da UE, já que, de acordo com a CES, é "impossível que todos os Estados-membros cumpram as metas "sem uma grave quebra econômica para o emprego e para o modelo social".
Além disso, os sindicatos advertiram a Barroso que o diálogo social "não está sendo satisfatório nos âmbitos nacionais", segundo Toxo, que citou como exemplo o caso da Espanha, onde se fez uma reforma trabalhista "à margem de qualquer diálogo e rompendo com uma tradição de muitos anos".
Toxo manifestou sua confiança de que o movimento sindical "poderá influir sobre uma situação muito preocupante e que começa a ter tinturas dramáticas em alguns países".
Os sindicatos europeus também transmitirão nesta quarta-feira essas mensagens ao presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, assim como ao presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e a representantes dos principais grupos políticos do continente.
Entre outros atos, a CES organizará um protesto em frente à sede do Conselho da UE a partir do meio-dia local (8h de Brasília).
No restante da UE, o chamado "dia europeu de ação" incluirá manifestações, greves e sessões de informações aos trabalhadores, segundo a convocação da CES, que ressaltou, no entanto, que tais ações serão "descentralizadas" e coordenadas pelos sindicatos nacionais. EFE