Nova York, 7 set (EFE).- O multimilionário George Soros acredita que a crise europeia pode ser para a economia mundial "muito pior que a do Lehman Brothers" foi para os Estados Unidos devido à falta de consenso na União Europeia em criar uma autoridade com poder suficiente para resolver os problemas.
"Esta crise pode ter o potencial de ser muito pior que a do Lehman Brothers. Por isso o problema é tão sério", declarou o multimilionário, em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo jornal "The New York Times".
Soros considerou que um dos principais desafios que a zona do euro enfrenta é a falta de uma autoridade para fazer frente a uma crise bancária desta magnitude.
"É preciso uma crise para criar a vontade política na Europa para que se estabeleça uma autoridade assim, mas ainda não há um acordo para buscarem essa autoridade", acrescentou o investidor.
O empresário disse acreditar que o medo de endividamento de países como Grécia, Espanha e Itália leva à falta de pagamento dos bancos, provocando um efeito dominó nas entidades americanas e depois em todo o mundo.
Segundo o jornal nova-iorquino, as instituições financeiras dos Estados Unidos estão cada vez menos interessadas em realizar empréstimos a curto prazo e fazer negócios com os bancos europeus, situação similar à enfrentada pelo Lehman Brothers, que teve que declarar quebra e iniciou uma recessão global.
O medo é de que em breve a crise da dívida na Europa possa se revelar em maiores dimensões. Desde a semana passada ocorrem fortes quedas nas bolsas europeias, mesmo com as altas generalizadas desta quarta.
Além disso, a alta do preço do ouro superou nesta semana a da platina, o que, segundo alguns especialistas, é um sinal de uma situação de crise, como a vivida após a quebra do Lehman Brothers em 2008.
No entanto, outros especialistas afirmam que há liquidez suficiente no mercado com as injeções de capitais dos bancos centrais, o que significa que as empresas europeias não estão tão devedoras como as americanas há três anos. EFE