Nova York, 5 dez (EFE).- A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) colocou em perspectiva negativa a nota da dívida soberana a longo prazo de 15 países da zona do euro, devido à crise financeira que atinge a Europa.
A ameaça, que significa 50% de chances de rebaixamento da nota dos países que compartilham o euro nos próximos 90 dias, inclui as seis nações da zona do euro que possuem a avaliação máxima de "AAA": Alemanha, França, Holanda, Áustria, Finlândia e Luxemburgo.
"A decisão de hoje está motivada por nossa crença de que o estresse sistemático na zona do euro aumentou nas últimas semanas de tal modo que agora pode pressionar para baixo a qualificação da zona do euro em seu conjunto", explica a agência em comunicado.
A S&P detalhou que mantém sob análise para um possível rebaixamento a dívida soberana a longo prazo do Chipre, como já tinha anunciado em 12 de agosto, e também coloca sob análise a partir desta segunda-feira os bônus do país a curto prazo, enquanto a Grécia é o único país que não está incluído na decisão anunciada.
Áustria, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Holanda e Luxemburgo poderiam ver assim sua qualificação rebaixada em um degrau, enquanto os demais países afetados pela ação desta segunda-feira poderiam ser rebaixados até em dois degraus.
O anúncio se deve ao aumento das tensões creditícias em toda a zona do euro, ao marcado aumento dos bônus de risco de um crescente número de países dessa área, inclusive algumas que atualmente gozam da prestigiosa "AAA", assim como aos contínuos desacordos entre os líderes europeus em como resolver a crise de confiança nos mercados.
A nota indica ainda que esta ação se deve à falta de acordo dos líderes europeus para garantir uma maior convergência econômica, financeira e fiscal entre os membros da zona do euro, uma advertência que ocorre a apenas quatro dias antes de Bruxelas celebrar uma importante e decisiva cúpula dos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE).
Por outro lado, a S&P argumenta sua decisão pelo aumento dos níveis de endividamento dos governos e as famílias entre os países que adotaram o euro como moeda única, assim como o crescente aumento do risco de uma recessão econômica em toda a zona do euro em 2012.
"Atualmente prevemos que a produção caia no ano que vem em países como Espanha, Portugal e Grécia, mas agora atribuímos uma probabilidade de 40% de uma queda da produção na zona do euro em seu conjunto", assinala a agência em seu comunicado. EFE