Brasília, 1 ago (EFE).- O Brasil registrou em julho um superávit comercial de US$ 3,1 bilhões, superior em 133,3% ao mesmo mês do ano passado, que foi de US$ 1,3 bilhão, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O superávit foi resultado de exportações de US$ 22,2 bilhões e importações de US$ 19,1 bilhões. Enquanto as exportações cresceram 25,9% comparadas com as de julho de 2010, as importações só aumentaram 17,1%.
Apesar do aumento do superávit, o saldo positivo de julho foi inferior aos US$ 4,4 bilhões obtidos no último mês de junho.
O resultado de julho, no entanto, elevou o superávit comercial acumulado nos sete primeiros meses do ano para US$ 16,1 bilhões, valor 74,4% superior ao mesmo período de 2010 (US$ 9,2 bilhões).
Enquanto as exportações nos sete primeiros meses do ano cresceram 31,5% frente às do mesmo período de 2010, até US$ 140,5 bilhões, as importações aumentaram em menor ritmo (27,5%) para US$ 124,4 bilhões.
Apesar da forte valorização acumulada este ano pelo real comparado ao dólar, que reduz o poder competitivo das exportações e incentiva as importações, as vendas externas cresceram com mais força que as compras pela alta dos preços de matérias-primas das quais o Brasil é um grande abastecedor mundial, como ferro e alimentos.
O Governo, que na semana passada anunciou restrições para frear a especulação com a mudança, anunciou que estuda medidas para evitar que a desvalorização artificial das moedas de alguns países afete a competitividade das exportações nacionais.
O Ministério da Fazenda anunciará esta semana uma política industrial que prevê isenções fiscais para os setores exportadores mais afetados pela valorização do real.
No ano passado, o Brasil obteve um superávit comercial de US$ 20,2 bilhões, o mais baixo nos últimos oito anos. Para 2011, economistas de bancos privados consultados na semana passada pelo Banco Central projetam um superávit ligeiramente superior ao do ano passado, perto de US$ 21 bilhões.
No início do ano, no entanto, os economistas projetavam para 2011 um superávit comercial de apenas US$ 10 bilhões como consequência da valorização do real. EFE