Tampa (EUA), 27 ago (EFE).- O Partido Republicano abriu nesta segunda-feira a convenção nacional na qual oficializará Mitt Romney, de 65 anos, como seu candidato à presidência dos Estados Unidos, com críticas contundentes ao aumento da dívida do país.
Está previsto que Romney seja eleito amanhã pela assembleia de delegados do partido e que aceite a candidatura republicana na próxima quinta-feira com um discurso solene que será retransmitido para todo o país e no qual explicará sua fórmula para recuperar a Casa Branca.
A pouco mais de dois meses para a eleição do dia 6 de novembro, as enquetes seguem apontando um empate entre ele e o atual presidente Barack Obama, que será confirmado como candidato dos democratas durante a convenção do partido em Charlotte (Carolina do Norte) na semana que vem.
No entanto, a maioria dos americanos acredita que Obama conseguirá a reeleição em novembro, segundo uma enquete do Instituto Gallup divulgada hoje.
De acordo com essa pesquisa, 58% dos indagados se mostraram confiantes que a vitória será do atual líder americano, contra 36% que acredita que Romney vencerá o pleito.
O jornal "New York Post" inclusive revelou hoje que o governador de Nova Jersey, Chris Christie, recusou a oferta para ser o vice-presidente de Romney, porque duvidou das possibilidades de triunfo do partido nestas eleições.
Christie será o principal orador da convenção nesta terça-feira junto com a esposa do candidato, Ann Romney.
A ameaça da tempestade tropical "Isaac" atrapalhou o grande conclave republicano cujos trabalhos foram inaugurados formalmente pelo presidente do comitê nacional do partido, Reince Priebus, que imediatamente depois anunciou um recesso até amanhã, devido às complicações logísticas causadas pela tormenta.
"Isaac" alterou os planos de viagem de muitos participantes, mas sua última evolução, rumo à desembocadura do rio Mississipi, afasta o perigo da Flórida, de modo que a cúpula conservadora poderá seguir adiante.
Na imponente cenografia preparada no Tampa Bay Times Forum, Priebus aproveitou seu breve discurso para criticar as políticas de Obama.
Priebus criticou "a imprudência fiscal sem precedentes" da atual Administração democrata e apresentou ao público um contador gigante que começou a registrar o aumento da dívida pública americana, de quase US$ 16 trilhões.
Pouco depois, os delegados, que se sentarão durante os próximos dias em um cenário repleto de cores patrióticas, luzes e telas, puderam ver um vídeo com mensagens de Romney, que tenta aglutinar apoios neste encontro.
No vídeo, Romney destacou que deseja que os EUA voltem a ser a terra das oportunidades e defendeu uma mudança que ele confia ser a pessoa certa para realizar.
Os republicanos consideram que Obama não só não cumpriu suas promessas de recuperação econômica, mas suas políticas baseadas na despesa agravaram o problema.
A criação de emprego, a redução do déficit e da dívida e o fomento do espírito empresarial são os eixos sobre os quais Romney quer cimentar sua vitória eleitoral em novembro, longe de outras frentes mais polêmicas.
O partido, que amanhã apresentará sua plataforma eleitoral, se encontra profundamente dividido em questões sociais e éticas tais como o aborto, o uso de anticoncepcionais, o papel da religião na vida pública e a resposta à imigração ilegal.
Destacados dirigentes republicanos insistem na necessidade de atrair o voto das mulheres e das minorias, especialmente dos hispânicos, que em 2008 votaram maciçamente em Obama.
As enquetes indicam que uma parte desses eleitores estão desencantados com os resultados da gestão do atual presidente.
Em uma das primeiras rodas de imprensa desta convenção, dois dirigentes republicanos asseguraram que Romney tem a fórmula para ajudar à classe média e à comunidade hispânica.
O ex-governador de New Hampshire, John Sununu, lembrou que os EUA têm quase 25 milhões de pessoas sem trabalho ou com trabalhos precários.
"Obama não regulou nada, nem um pouquinho, e se não pôde fazer isso, por que vamos dar outros quatro anos e ficar na mesma posição?", questionou Sununu.
Por sua parte, o legislador republicano do Texas, Francisco Canseco, argumentou que a razão do declive econômico dos EUA é que "temos um governo que está enforcando nossa economia". EFE
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