Bangcoc, 11 ago (EFE).- A Justiça da Tailândia desprezou hoje o
pedido dos Estados Unidos para a extradição do suposto traficante de
armas de origem russa Viktor Bout, conhecido como "Mercador da
Morte" e acusado de terrorismo por fornecer mísseis à guerrilha
colombiana.
O juiz tailandês responsável pelo caso deu às autoridades
americanas o prazo de 72 horas para que decidam se recorrem da
decisão. Caso contrário, Bout sairá em liberdade.
Washington acusa o russo de envolvimento em operações para vender
armas às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e à Al
Qaeda, além de conspirar para assassinar funcionários americanos,
crimes pelos quais, caso condenado nos EUA, poderia pegar prisão
perpétua.
Bout, detido em Bangcoc em meados de 2008, insiste que as
acusações são falsas e que sua prisão foi uma operação política do
Governo colombiano para enfraquecer as Farc.
O Departamento de Justiça americana o acusa de "conspirar para
dar apoio material a uma organização terrorista estrangeira" ao ter
conduzido a venda de lança-foguetes e mísseis à guerrilha
colombiana.
Porém, a defesa argumenta que a detenção de Bout foi ilegal, já
que ele não cometeu crime algum na Tailândia, e que os EUA carecem
de competências sobre as atividades dele em outro país.
Bout, cuja vida inspirou o filme "O Senhor das Armas" (2005), viu
sua carreira na KGB (antigo serviço secreto russo) se dissolver
junto com a União Soviética e se dedicou então a vender armamento a
nações em conflito como Serra Leoa, Angola e República Democrática
do Congo.
Um relatório da Anistia Internacional de 2005 também o implica em
redes de tráfico de armas com Bulgária, Moldávia e Ucrânia. EFE