Helsinque, 5 mai (EFE).- O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, descartou nesta quinta-feira em Helsinque uma alta iminente das taxas de juros ao indicar que a atual política monetária é "flexível", mas garantiu que o organismo continuará "vigiando de perto" a evolução da inflação.
O Conselho do Banco Central Europeu, reunido em Helsinque, decidiu nesta quinta-feira por unanimidade manter as taxas de juros na zona do euro em 1,25%, como previam os mercados.
Também manteve inalterados a facilidade marginal de crédito, pela qual atualmente empresta dinheiro aos bancos durante um dia a 2%, e a facilidade de depósito, pela qual remunera com 0,5% os fundos depositados pelas entidades.
Na entrevista coletiva concedida após a reunião, Trichet ressaltou que o BCE percebe uma crescente pressão inflacionária que se deve, sobretudo, ao aumento do preço do petróleo, mas não quis antecipar quando ocorrerá a próxima alta dos juros.
"Tomaremos uma decisão quando considerarmos que é necessário para manter a estabilidade dos preços", afirmou.
"As expectativas de inflação na zona do euro devem permanecer firmemente ancoradas ao nosso objetivo de manter o nível inflacionário abaixo dos 2% a médio prazo", acrescentou.
A taxa de inflação da eurozona subiu em abril para 2,8%, superando pelo quinto mês consecutivo a meta do BCE.
Trichet ressaltou ainda a importância de que os países da eurozona realizem "reformas estruturais urgentes" para aumentar seu potencial de crescimento e sua competitividade, especialmente "aqueles com um déficit fiscal alto", embora tenha se recusado a mencionar os países aos quais se referia.
"Nossa mensagem de estabilidade fiscal é dirigida a todos os Estados-membros", afirmou.
Como consequência do anúncio de Trichet, o euro registrou uma forte queda frente ao dólar e chegou aos US$ 1,4654, dois centavos a menos do valor que apresentava nas primeiras horas da sessão europeia. EFE