Santiago do Chile, 31 jul (EFE).- Os ministros da Saúde da União
de Nações Sul-americanas (Unasul) e do México se reunirão no próximo
dia 8 de agosto em Quito para acordar estratégias de compra
coordenada de vacinas, antivirais e equipamentos de diagnóstico da
gripe suína.
O encontro será a primeira ação conjunta do Conselho
Sul-americano de Saúde, que foi constituído em Santiago do Chile em
abril passado como instituição de consulta e consenso no tema para
os países da organização.
"A ideia é assegurar que os processos de negociação de compra de
vacinas signifiquem um acesso equitativo a todos o países da região,
e para isso a melhor maneira é negociar em conjunto", disse em
coletiva de imprensa a subsecretária de Saúde Pública do Chile,
Jeanette Vega.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, ofereceu perante a
Cúpula do Mercosul, realizada na semana passada em Assunção, a
colaboração científica na luta contra a epidemia da gripe, que
castiga a região com centenas de mortes em vários países.
Após a reunião ontem em São Paulo entre Bachelet e o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o Governo chileno anunciou hoje que o
encontro ministerial será realizado dentro da Cúpula da Unasul, cuja
Presidência temporária passará do Chile para o Equador.
Delegações de México, Paraguai e Alemanha se reuniram hoje com as
autoridades de saúde chilenas para discutir os mecanismos de
prevenção e contenção da epidemia da gripe utilizados no Chile, onde
se estima que 5% da população foi afetada pela doença.
Segundo a representante do Instituto Mexicano de Seguro Social,
Margot González, a eventual compra coletiva aconteceria sem afetar
as políticas internas de cada país.
"Se a possibilidade de comprar em conjunto significa para o Chile
que podemos comprar nos prazos que necessitamos, e apoiar os demais
países que pudessem se beneficiar, compraremos juntos", afirmou
Vega, que estimou em seis milhões as doses necessárias para seu
país.
O Conselho Sul-Americano de Saúde foi aprovado em dezembro na
cúpula extraordinária da Unasul realizada na Costa do Sauípe, com a
missão de evitar a transmissão de epidemias e promover a extensão da
saúde na região, onde quase a metade da população carece de acesso a
esse serviço básico.
O número de mortes relacionadas à gripe no Chile, o país mais
afetado da América do Sul depois da Argentina, chega a 96, enquanto
o de casos atinge 11.860, segundo o Ministério da Saúde chileno.
No México, as vítimas são 142, enquanto os casos beiram 15.900,
segundo a Secretaria de Saúde local.
Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por
ingestão de carne de porco e derivados. EFE