Bruxelas, 3 mai (EFE).- A União Europeia aprovou nesta quinta-feira sanções contra os líderes do golpe de Estado cometido em Guiné-Bissau ao considerá-los responsáveis por ameaçar "a paz, segurança e estabilidade" do país.
A decisão envolve seis indivíduos, ainda não identificados, que terão seus bens congelados na Europa e serão proibidos de entrar no território da UE. As identidades serão conhecidas nesta sexta, quando as sanções forem publicadas no "Diário Oficial" do bloco, informou o bloco em comunicado.
A chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, disse que as medidas desta quinta são dirigidas aos líderes do recente golpe de Estado em Guiné-Bissau. Catherine também voltou a condenar o ato e pedir o retorno "imediato" da ordem constitucional.
Na última reunião entre os ministros das Relações Exteriores do bloco europeu, a UE já havia ameaçado os militares golpistas com possíveis sanções, e rejeitaram o Governo de transição nomeado. "As instituições transitórias proclamadas não serão reconhecidas, como também qualquer tipo de acordo que permita as Forças Armadas a ameaçar ou controlar os poderes civis".
As sanções europeias devem ser complementadas com medidas semelhantes por parte da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao), que começou a elaborar a lista de pessoas. Segundo informou à Agência Efe uma fonte da organização regional, as sanções - que incluem restrições de viagem e congelamento de bens - serão aplicadas "nos próximos dias".
O golpe de Estado da Guiné-Bissau, perpetrado em 12 de abril, ocorreu em pleno processo eleitoral do país, um dos mais pobres do mundo. O segundo turno das presidenciais estava definido para acontecer em 29 de abril.
Os golpes de Estado militares na ex-colônia portuguesa foram constantes nos últimos anos e refletem a instabilidade política que o país africano vive. Mali é um importante ponto na rota do tráfico de droga que chega à Europa a partir da América Latina. EFE