Bruxelas, 10 jul (EFE).- O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, convocou na segunda-feira uma reunião de "coordenação e de preparação" com funcionários de alto categoria da União Europeia prévia a do Eurogrupo, que tentará avançar no segundo plano de resgate à Grécia, confirmaram à Agência Efe fontes comunitárias.
Participarão da reunião o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, o comissário de Assuntos Econômicos europeu, Olli Rehn, e um representante do conselho do Tesouro da Itália, detalhou o porta-voz de Van Rompuy, Dirk De Backer.
O porta-voz insistiu que "não se trata de uma reunião de emergência" nem tem "nada a ver" com a situação da Itália, exposta na última semana por pressões dos mercados.
Van Rompuy e Barroso se reúnem todas as segundas-feiras, lembraram outras fontes, e nesta ocasião o convite foi "estendido a outros atores", como já ocorreu em algumas ocasiões anteriores.
O fato de um membro do Tesouro italiano estar presente é meramente uma "coincidência", enfatizaram.
A Itália está na mira das agências de classificação de risco Standard & Poor's e Moody's, que advertiram o Governo de Silvio Berlusconi sobre o possível rebaixamento em sua nota de crédito diante da fragilidade do crescimento da economia e do alto nível de endividamento, acima de 120% do Produto Interno Bruto.
Na última sessão de cotação, os temores dos investidores diante de possíveis maus resultados dos bancos italianos nos novos testes de solvência europeus e a incerteza pela polêmica em torno do ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, refletiram em quedas na bolsa de valores de Milão e o prêmio do risco da dívida pública italiana voltou a bater recordes.
A reunião do estado maior da Comissão Europeia, do Conselho, do BCE e do Eurogrupo será realizada antes do encontro dos ministros de Finanças da Eurozona que trabalham no segundo plano de resgate à Grécia, e servirá para "coordenar e preparar o Eurogrupo", ressaltou o porta-voz.
O segundo plano de resgate da Grécia está paralisado e praticamente no ponto de partida diante da falta de avanço, consenso e clareza sobre a participação do setor privado.
Uma série de reuniões entre representantes da UE, do BCE, do Governo grego e as principais entidades financeiras detentoras da dívida grega não alcançaram resultados tangíveis, ao tempo que fica cada vez mais claro que há dúvidas e posições divergentes sobre o modelo a seguir para envolver os bancos.
Soma-se a isso a advertência da Standard & Poor's que vai considerar uma "falta de pagamento seletivo" da dívida da Grécia se for levado adiante o modelo francês, que prevê que os bancos reinvertam em 70% os títulos com vencimentos nos próximos três anos: 50% serviria para adquirir novas obrigações para 30 anos e 20% restante alimentaria um fundo de investimento em ativos de grande qualidade, dedicado a aprovar os novos empréstimos gregos.
Na terça-feira na reunião do Ecofin, os ministros de Finanças da UE acordarão a resposta dos Governos aos resultados dos testes de solvência dos bancos que serão publicados em 15 de julho e as medidas que adotarão. EFE