Bruxelas, 23 fev (EFE).- A economia da eurozona entrará em "suave" recessão neste primeiro trimestre e, embora deva se recuperar ligeiramente na segunda metade do ano, fechará o conjunto de 2012 com retrocesso de 0,3%, anunciou nesta quinta-feira a Comissão Europeia.
No segundo trimestre a zona do euro ficará estagnada, o Produto Interno Bruto não evoluirá, mas no terceiro e quarto trimestres vai registrar "modesto" crescimento de 0,2%, indicam as previsões econômicas interinas publicadas nesta quinta-feira pela Comissão Europeia.
O conjunto da União Europeia (UE) entrará em recessão neste trimestre, mas voltará a se recuperar a partir do segundo, quando o PIB avançará 0,1%.
A economia dos 27 permanecerá no campo positivo (0,3% no terceiro e quarto trimestre) até o fechamento do ano. No entanto, no cômputo anual, a UE registrará crescimento nulo em 2012.
A Comissão Europeia revisou para baixo as previsões para a eurozona e da UE com relação às publicadas em setembro, concretamente de 0,8 e 0,6 pontos percentuais, respectivamente. Conforme o organismo, as diferenças na evolução do PIB nos diferentes países comunitários permanecem acentuadas.
De fato, as previsões de outono previam números anuais negativos do PIB para 2012 somente para a Grécia e Portugal, mas o cálculo foi estendido à Bélgica, Espanha, Itália, Chipre, Holanda, Eslovênia e Hungria.
As maiores revisões para baixo se aplicam à Estônia, Espanha, Grécia, Itália e Holanda, enquanto mantiveram-se estáveis as previsões ou foram ligeiramente modificadas (menos de 0,25 pontos percentuais) para a Alemanha, França, Áustria, Eslováquia, Dinamarca, Polônia e o Reino Unido.
Neste contexto estão tecnicamente em recessão Bélgica, Estônia, Itália, Holanda, Portugal, Eslovênia e a República Tcheca.
O comissário de Assuntos Econômicos europeu, Olli Rehn, declarou no relatório que "um modesto crescimento será percebido na segunda metade do ano".
"Embora o crescimento tenha se estagnado, estamos vendo sinais de estabilização na economia europeia. A confiança econômica está ainda em níveis baixos, mas as tensões nos mercados financeiros estão relaxando", afirmou.
Para Rehn, "muitos dos passos que eram essenciais para proporcionar estabilidade financeira e estabelecer as condições para crescimento mais sustentável e a criação de emprego se deram agora e com uma ação decisiva podemos virar a página e passar da estabilização ao desenvolvimento do crescimento e à geração de empregos". EFE